17/10/2006

António Ramos Rosa...

( desenho a borrona de António Ramos Rosa )
...nasceu em Faro, no dia 10 de Outubro de 1924. É considerado o Poeta do presente absoluto, da "liberdade livre" , e, Urbano Tavares Rodrigues define-o como o empolgante poeta das coisas primordiais, da luz, da pedra e da água.
"A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estreme em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais."
Homenagem a António Ramos Rosa, in "Silves Capital da Palavra Ardente". II Bienal de Poesia, Abril 2005.

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