21/12/2017

Crónica breve

 
 
 
 
23  VERBOGRAMAS  SÓ  PORQUE  SIM
 

 
 
 
1.Mulher-de-calças-cor-de-verde-musgo- molhado.
Nádegas dela: duas-meias-melancias-pingonas.
2.Rapaz-de-bigode-escovinha-ralo.
Nariz dele: milhafre-adunco-hebraico.
3.Cão-à-chuva-pela-berma-da-estrada.
Cauda dele: ponto-de-interrogação-sem-pergunta-antes.
4.Homem-de-guarda-chuva-preto-aberto.
Metáfora dele: morcego-convexo-sustendo-as-lágrimas.
5.Aqueloutro-homem-nosso-leitor-que-no-Quinzena-me-interpelou.
Palavras dele: “O-senhor-achegue-lhe-e-arrefinfe-lhe-com-força,- home’!”
6.Rapariga-de-cabelo-cintado-a-seda.
 Ornitologia dela: espécie-de-andorinha-primavera-perpétua.
7.Recentes-chuvadas-torrenciais-pós-seca-prolongada.
Lição delas: Natura-maltratada-dá-se-por-vingada.
8.Maria-do-Mar-peixeira-de-Sesimbra.
Marido dela: pescador-Serafim-Petinga,-tinto-ou-branco-tudo-é-pinga.
9.Menino-absorto-à-janela-vendo-o-que-chove.
Olhos dele: de-gato-humano-verdes-como-esmeraldas-incendiadas.
10.Sem-abrigo-romeno-a-quem-dei-blusão-impermeável-que-me-tinham-dado.
Olhar dele: relâmpago-de-gratidão-surpresa-menino-outra-vez-como-o-da-janela.
11.Tecla-do-hífen-do-meu-computador-portátil.
Aspecto dela: cor-de-burro-fugido-ao-dono-por-uso-&-abuso-contuso.
12.Senhora-que-em-2004-vi-no-jardim-da-Casa-Museu-Passos-Canavarro.
Aura dela: gladíolo-azul-cabeça-toda-d’ouro-viúva-de-poeta-lindíssima-septuagenária.
13.Funeral-do-meu-Amigo-José-António-Conceição.
Família & Amigos dele: gente-de-vidro-atirada-à-bruta-ao-granito-da-realidade.
14.Quatro-“clubes-grandes”-do-futebol-português.
Por ordem decrescente: Benfica-AntiBenfica-Sporting-&-União-de-Coimbra-&-nem-mais-um.
15.Dez-andorinhas-6-+-3-+-1-em-cabos-suspensos.
Metáfora delas: raparigas-de-cabelo-cintado-a-seda-perpétua.
16.Jogadores-de-sueca-à-mesa-de-pano-verde.
Aposentações profissionais deles: polícia-camionista-cantoneiro-cardiologista.
17.Razão-pela-qual-a-Vida-é-Ave-também:
Por-trazer-a-morte-no-bico-com-ou-sem-grão-na-asa.
18.Pergunta-de-François-Villon-segundo-Umberto-Eco:
“Mas onde estão as neves do ano passado?”
19.Pergunta: O-que-é-a-idade?
Resposta: É-um-total-transitório.
20.Pergunta: O-que-é-ser-intelectualóide?
Resposta: É-chamar-Alorna-à-própria-marquise.
21.Pergunta: A-figura-do-Dom-Quixote-ainda-é-útil?
Resposta: É,-porque-o-que-Cervantes-também-serve-depois.
22.Pergunta: Por-que-motivo-é-tão-fácil-identificar-um-fumador-de-haxixe?
Resposta: Porque-entre-a-Pedra-&-o-Altar-ele-nunca-dá-lume-ao-segundo.
23.Nascimentos-das-minhas-Filhas.
Visitantes delas: Gaspar-Belchior-&-Baltazar-trazendo-consigo-ouro-incenso-&-mirra, sob a belenense & auspiciosa Estrela.
 
 
 
 
 
 
 
Crónica de Daniel Abrunheiro, in «O Ribatejo», 21 de Dezembro, 2017
 
Foto com manipulação cromática e edição de augusto mota 

 

15/12/2017

Café com livros

 
 
 
 
 
 

Realizou-se no dia 25 de Novembro, p.p., no m|i|mo - museu da imagem em movimento, a 24ª edição de "Café Com Livros", com a presença de Jorge Carvalho Arroteia - Geógrafo, Investigador, Homem de Letras. O nosso convidado foi professor Catedrático da Universidade de Aveiro e tem dezenas de estudos publicados sobre Geografia Humana, Emigração Portuguesa e Análise  Social da Educação.     
  
   
  
 
Numa temática diferente do habitual, mas nem por isso menos importante, Jorge Arroteia veio falar-nos do seu mais recente estudo: «Bacia do Lis - acção geográfica e paisagem». Um tema actual, relacionado com a nossa história, com a nossa região e com o nosso futuro. Por isso Rosa Neves e Lídia Delgado deram início à conversa tendo como pano de fundo a projecção da fotografia do painel "Lenda do Lis e Lena" (de 1965), obra incontornável de Augusto Mota, motivada pelo soneto do poeta leiriense Marques da Cruz (de 1911).
Porque os rios sempre inspiraram os poetas, foi lido o poema "Rio Lis", da autoria da tertuliana Manuela Prazeres, do qual aqui ficam algumas quadras:
 

 
 
Na linda aldeia das Fontes 
O rio Lis tem o seu ninho
Rasga terras, horizontes
E lá segue o seu caminho.
.../...
A cidade de Leiria
Por suas águas banhada
Beija-o à noite e de dia
Ela è a sua amada.
.../...
Correndo sempre correndo
Um pouco à sua maneira
Vai ao encontro do mar
Lá na Praia da Vieira.
 
in «Salpicos de Poesia», pág. 40
                  
 
 
  
 
Do percurso de Jorge Arroteia fazem parte as mais variadíssimas publicações resultantes de uma vida dedicada ao ensino e à investigação, sobressaindo, no entanto, uma temática muito vincada, que é o seu interesse pelos movimentos migratórios. 
Não cabendo numa conversa de final de tarde toda a obra do autor, foi feita uma breve abordagem às seguintes publicações:

- «Desequilíbrios demográficos do sistema educativo português», UA Editora, Cadernos de Análise Sócio-Organizacional, Número 3, Aveiro,1991.
-  «Leirena: ensaio sobre a terra e o homem no concelho de Leiria», Edição Instituto Politécnico de Leiria, 2002.
«Leiria e o Pinhal Litoral: sistema geográfico e contextos de desenvolvimento», Edição Universidade de Aveiro, 2009.
 
 

 
-   «Portugal XXI: conspecto demográfico». Edição de Autor, 2015.
«O marco geodésico de Monte Redondo e o sistema cartográfico nacional». Edição de Autor, 2017.
 
Jorge Arroteia, pela abrangência e diversidade dos temas, é o exemplo de que a formação de base não deve ser uma base de chegada, mas antes uma base de partida, já que da sua formação de Geógrafo emergiu um investigador exímio no uso de métodos e técnicas de investigação de outras ciências sociais que não só a Geografia. Privilegia nos seus estudos o método de análise intensiva, monografia, com o uso das técnicas documentais.
 
 
    Memorial ao Dr. José Lopes Vieira, a quem se deve a correção do leito do Lis.
 
           Um marco do Infantado e a parte cimeira do Memorial ao Dr. José Lopes Vieira.
A alameda com o seu nome é a zona do Marachão desde
 o Turismo até à ponte do Arrabalde.  
   
 Assim, encontra-se na obra de Jorge Arroteia não só o Geógrafo preocupado com a relação/disposição e ordenação do espaço, mas também um Historiador envolvido com a leitura e interpretação do passado e um Antropólogo atento à cultura que produzimos e transmitimos às gerações vindouras. As suas publicações evidenciam ainda o seu lado de Sociólogo interessado pelo homem social, aquele que se completa em sociedade e que constrói a sua própria história.

 
 
 Homem de letras, procura através delas, deixar registos escritos do seu trabalho, para que o futuro possa desfrutar do conhecimento sobre as dinâmicas espaciais, sociais e culturais, resultantes da atividade humana. Neste leque de competências várias, vive ainda um democrata cultural, que disponibiliza gratuitamente as suas publicações na internet para quem as queira ler em formato digital.
 
 
 
Há em Jorge Arroteia uma clara visão global do Homem enquanto construtor da sua história.
Partindo de outros fenómenos, por ele já estudados, sobre a cidade de Leiria, Jorge Arroteia apresentou assim, em primeira mão, aos tertulianos de Café com Livros a «Bacia do Lis - acção geográfica e paisagem», uma publicação que dá conta dos traços físicos e humanos, associados à evolução do leito do rio e às obras de beneficiação e de regularização das margens e da sua foz.
 
 
  Cheia de 2014. Rombo na margem esquerda do Lis, na zona de Monte Real.
Ao fundo o balneário das Termas que ficou completamente inundado.

   
 
Açude insuflável das Salgadas e o rombo já devidamente corrigido.
 
    
Troço terminal do rio Lis. Ao fundo a foz e, no horizonte, o mar.
 
O autor, recorrendo à projecção de algumas imagens que ilustram o livro, e que nos dão conta de pormenores e curiosidades muito interessantes, foi partilhando com os tertulianos as descobertas e conclusões deste estudo. 
Jorge Arroteia não deixou de referir a colaboração de Augusto Mota neste trabalho, no que respeita à cedência de fotos, orientação gráfica e a reflexão produzida durante a  escrita. Um agradecimento extensivo a Mário Sérgio Felizardo e a Joaquim Cordeiro Pereira pelas imagens cedidas.
O nosso convidado cativou os presentes com uma conversa eloquente, entusiasmada e próxima. A sessão terminou com um apontamento cinematográfico: a projecção do vídeo de Mário Sérgio Felizardo "Lis e Lena  a lenda", que poderão ver aqui: 

 
 
 

      
E com estas fotos de conversas informais entre amigos e conhecidos, terminou a 24ª tertúlia de Café com Livros. Voltamos a encontrar-nos, neste mesmo local no próximo dia 27 de Janeiro.
 

Até lá não recusem
                               um café quente
                                                   um livro fresco 
                                                                                                                    uma ideia nova
 
Texto de Rosa Neves
Fotos de Augusto Mota, Joaquim Cordeiro, Rui Pascoal e Sérgio Felizardo
Edição de Augusto Mota
                 

03/12/2017

Texto transversal

 
 
 
 
 
 
 

08/11/2017

Café com livros

 

 

 
 No sábado, dia 14 de Outubro, p.p., realizou-se em Leiria, na Sala Polivalente do m|i|mo - Museu da Imagem em Movimento, pelas 15 h e 15 m, mais uma tertúlia de "Café com livros".
O ilustre convidado foi Fernando Paulouro Neves, Jornalista de referência/Escritor e Cronista notável, a quem foi atribuído recentemente o Prémio Eduardo Lourenço, figura principal de um jornalismo de cariz literário, resistente e interventivo. Fernando Paulouro Neves foi chefe de redacção e director do Jornal do Fundão, tendo sido sempre um opositor ao "lápis azul" que, ora censurava os artigos, ora fechava o jornal. Usa magistralmente a palavra em prol de uma cultura humanista e tem feito da sua vida uma senda consciente e crítica de cidadania, tendo abraçado causas que mudaram o interior do País e a vida de muita gente. A lisura da sua escrita tem constantemente uma expressão poética, semeadora de interrogações socráticas no pensamento dos seus leitores, surpreendendo sempre pela simplicidade com que esconde um incessante homem de causas, de pontes e de convergências.

 


Lídia Raquel fez a apresentação do convidado:
Fernando Paulouro Neves tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e foi chefe de redação e director do Jornal do Fundão. Pertence aos corpos sociais da Fundação Manuel Cargaleiro e, em 2013, foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro da cidade do Fundão. Entre 2012 e 2016 fez parte do Conselho Geral da Universidade da Beira Interior. Foi distinguido, em 2014, com o Prémio Gazeta de Mérito do Clube dos Jornalistas e, em 2017, com  o Prémio Ibérico Eduardo Lourenço. É autor do blogue "Notícias do Bloqueio""
 
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Tem obra literária vasta e multifacetada. Escreveu, entre outros, «A Guerra da Mina - Os Mineiros da Panasqueira» (com Daniel Reis), «O Foral: Tantos Relatos / Tantas Perguntas» (teatro). Encontra-se representado em livros colectivos e antologias, designadamente nos volumes «Identidades Fugidias», coordenados pelo Professor Eduardo Lourenço, e na antologia «A Mãe na Poesia Portuguesa» organizada pelo poeta Albano Martins.    
 
  
 
É autor de «Os Fantasmas Não Fazem a Barba» (ficção, 2003), de «Os Olhos do Medo» (conto, 2011) e de «A Materna Casa da Poesia - Sobre Eugénio de Andrade» (2003 e 2006). Reuniu muitas das suas crónicas nos dois volumes de «Crónicas do País Relativo. Portugal, Minha Questão» (Editora A.23, 2016).
É co-autor, com Alexandre Manuel, da Fotobiografia «António Paulouro, 100 Anos Depois», e organizou a antologia «António Paulouro, As Palavras e as Causas» (Editora A.23, 2016). Acaba de publicar o romance «Fellini na Praça Velha».
 
 
 
Rosa Neves antecipou para os presentes a sua visão deste romance: 
O título do romance não poderia estar mais ajustado.
É o primeiro romance do autor e o primeiro romance sobre a sua cidade natal, o Fundão.
A acção situa-se no nos finais dos anos 50, início dos anos 60.
«Fellini na Praça Velha»gira à volta de um café, o Café Aliança, para onde parece convergir toda a agitação da cidade, aliás, o mundo parece ter-se transferido para o Café Aliança, que por sua vez se transforma num microcosmos de um universo de fantasia.
Afinal a atualidade passa toda por ali; ali a urbe chora, conspira, sorri, vive. Por ali, passavam informadores e agentes da Pide que tentavam agarrar suspeitos; suspeitos que por sua vez tentavam enganar a PIDE. À tacanhez dos primeiros contrapunha-se o engenho e a inteligência dos segundos.

Por ali passam tristezas, dramas sociais; alegrias, traições, dúvidas existenciais, tudo, tudo traduzido magistralmente em histórias que se desenrolam com uma fluidez narrativa viciante.
O tempo cronológico do romance coincide com a infância de Fernando Paulouro Neves e embora seja omisso em toda a narrativa, foi ele que através da observação atenta e crítica, ou através da audição de histórias e estórias, guardou no seu próprio tempo mental uma dinâmica social que agora preserva e imortaliza neste romance.
A galeria de figuras (e de situações) que ora vão saindo ora vão entrando no Café Aliança são perturbadoramente singulares, ora na perspicácia, ora na ingenuidade. Fernando Paulouro guardou-os todos e agora fê-los desfilar na Praça Velha.
Timã – figura principal  – O tio Armando Paulouro – divertido, maroto, inteligente, às vezes mentiroso descarado, vai distribuindo sopapos tanto em pobres de espírito como em ricos de carteira…
O Zé Palhaço – intrigado com a interior da televisão, jurou fazer sair à martelada todos os que se escondiam lá dentro… e se bem o pensou melhor o fez…
A Fan Fan –  o curioso lá da urbe…
Gregória –  a velha cigana…
Dr. Vermelhinho – com a mania que ninguém gostava dele… ensaiou a própria morte…
O Zé Pessoa  tipógrafo que tinha o melhor cuspo do mundo…
Irene – com olhos altamente perigosos, partia corações. Fumava. Era  cobiçada por todos, deu-lhes um grande desgosto e aventurou-se à vida em Lisboa…
Morgadinho – o morto vivo mais contente lá do sítio, que passeava na avenida, quando já o Timã o tinha dado, ao Arouca, por morto e bem enterrado …
Pelingrino – exímio assobiador sem descanso da única melodia que sabia: a raspa.
Mestre Jairinho – que acha que a música é o centro do mundo…
Carlinhos Piparote   que entre uma aflição intestinal e uma ginástica acrobática para evitar sentar-se na sanita, por causa dos micróbios, consegue destruir todo um WC e sair de lá ileso, devido à sua (segundo ele) grande calma… 
O boémio rico João Tem Tudo
Joaquim Judeu –  o último judeu do Fundão.
Senhor Taborda – Excelente farmacêutico que inventa bolinhos de bacalhau com estriquinina (para evitar uma morte violenta e dolorosa aos cães vadios)  mas que vão parar à boca do Senhor Cacanheira que é o esfomeado mais esfomeado do mundo e leva o tempo a seguir os cheiros da culinária caseira, portanto, só pelo cheiro,  quando chega ao Café Aliança, faz o relatório completo do que vai ser o almoço dos fundanenses…
Composto por estas e tantas outras figuras tão expressivas, «Fellini na Praça Velha» é, sobretudo, uma memória à imagem coletiva de uma cidade que encontra nas suas particularidades a forma de se manter sã e resistente.
Desde a ditadura, a fome, a falta de mão-de-obra para apanhar as cerejas e as azeitonas, os amores clandestinos, os desgostos, as pequenas felicidades coletivas ou individuais, tudo passa pelo Café Aliança.

No capítulo 3, As cerejas e a França  - mesmo no registo de romance, Fernando Paulouro não consegue despir-se da pele de jornalista de causas, dando aqui especial atenção à saga dos emigrantes dos anos 60, ilustrando-a com episódios de viagens a salto rumo à terra da esperança, que, para muitos, deu lugar à morte em desfiladeiros dos Pirenéus e com a referência à carta de Maria da Conceição Tina, a “pequena portuguesa” fotografada por Gérald Bloncourt, nos anos 60, num bidonville, em Paris.
Fernando Paulouro também fez neste livro um inventário de saberes, de profissões, de rituais, de palavras. É de salientar que nas entrelinhas de cada página lê-se o palpitar de sotaques tão típicos da Beira, ou frases tão deliciosas como “um salsifré do catrino”…

Assim, através de uma narrativa fluida, mas ardilosamente sábia e sedutora, Fernando Paulouro reservou para cada leitor uma mesa no Café Aliança, com vista para a Praça Velha...
 
  
 
 
 
  
 
Cristina Nobre e Mercília Francisco deram voz às palavras de Fernando Paulouro, lendo expressivamente excertos de «Fellini na Praça Velha». Mercília Francisco teatralizou mesmo o texto que descreve “ um ralho de mulheres na Praça Velha” (p. 110 e 111).
 
 
Deixando Fellini na Praça Velha, passámos para a Póvoa da Atalaia evocando o mundo pessoal e poético de Eugénio de Andrade através do livro «A Materna Casa da Poesia» (edição Casa da Poesia Eugénio de Andrade/CMF) escrito por Fernando Paulouro em 2003. Estando esgotado, foi revisto, ampliado e reeditado em 2016. Esta obra é um verdadeiro hino à dicotómica ligação mãe/terra:
 

“falar da terra ou da mãe é falar da mesma coisa. Quando digo mãe, digo terra, quando digo terra, digo mãe.”

 

Cristina Nobre leu desta obra, com a mesma emoção que o poeta empresta às palavras, o belo texto de Eugénio de Andrade sobre “As Mães” (p. 22 e 23).
 

“Café com livros” é um espaço humanístico, social e culturalmente heterogéneo. Tornou-se, desde sempre, um espaço de criação de diversos laços, onde os livros são o pretexto maior do encontro. Saber-se, sentir-se, ser-se do “Café com livros” fez uma Tertuliana (que quis manter o anonimato) agradecer-lhe a existência com a oferta de um tabuleiro cheio de Brisas do Lis por si confeccionadas.     
 
 
Estas foram, sem dúvida, as melhores Brisas do Lis de sempre! Todos apreciámos, todos agradecemos. Fica um imenso obrigado a quem fez do seu tempo, do seu trabalho, dos seus recursos, um momento de grande e despojada partilha, tão grande quanto a timidez e a humildade da Maria da Luz (que me perdoe a inconfidência!).       
 




 
A sessão de autógrafos decorreu em fraterna e animada conversa. Em jeito de despedida Fernando Paulouro Neves ainda nos lançou o convite para um encontro no Fundão, onde ele próprio nos levará a visitar os lugares emblemáticos do seu romance.
 
Oportunamente, lá estaremos!


  
Voltamos a encontrar-nos no dia 25 de Novembro para ouvir o Professor Doutor Jorge Carvalho Arroteia, catedrático aposentado da Universidade de Aveiro, que nos irá falar sobre a BACIA DO LIS - acção geográfica e paisagem.

Até lá não recusem

                  Um café quente

                                         Um livro fresco

                                                             Uma ideia nova

 

 

 

Texto de Rosa Neves

Fotos de Rui Pascoal e Joaquim Cordeiro Pereira

Edição de Augusto Mota