20/05/2006

(utilidades)

Toda a geografia é uma sensação, antes de mais. Só depois é que se converte em ciência. Depois, quando a alma da poesia deixa ver como tudo, afinal, é assim mesmo, geograficamente poético, sem necessidade, portanto, de intervenção dos livros dos poetas, que nos ensinam essas coisas bonitas a que os homens de ciência chamam inutilidades. Nem são inutilidades, nem nos quebram o contacto com o real. Antes pelo contrário.
Augusto Mota, inédito, in "Artifício da Loucura", 1964.

6 comentários:

Jorge Cardoso disse...

De minha parte, foi talvez pelo facto de existir geografia que escrevo poemas. Ou penso que os escrevo sem o serem, querendo ser.
Um belo pedaço actual de "Artifício da Loucura" com 42 anos, este que escolheu.
sugcrasis

Anónimo disse...

a loucura, sendo sempre actual, tem o outro lado ... na escrita ... como em tudo ... o equilíbrio imaginado ... onde todos nós circulamos, mais ou menos equilibrados, ou loucos ...

um abraço, sugcrasis, e até logo!

Anónimo disse...

Por favor: Qual é o contacto do poeta Augusto Mota?

Anónimo disse...

Carissimo anónimo:
Eu não sou poeta coisa nenhuma! Apenas tenho sofrido a vida e na vida, buscando nela os pequenos prazeres de uma sensibilidade que tive de apurar, e saber recriar, para me poder ultrapassar fisicamente a mim próprio!

Pode contactar-me via email para:
augusto.mota@sapo.pt

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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