Ao concluir
este texto fiquei com a dúvida se ele seria uma metáfora, ou uma metonímia.
Parecendo-me que estariam presentes ambas as figuras de estilo, fui pesquisar
na net se não haveria o termo “metonímia-metafórica”. Não há. Mas há metafotonímia!
Vejamos:
METONÍMIA é a figura de linguagem que pode definir-se como a substituição de uma palavra por outra, quando há relação de
contiguidade, ou seja, proximidade de sentido entre elas.
METÁFORA é uma
comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido,
havendo uma transferência de significados na base da semelhança.
Para alguns
autores, porém, como por exemplo Louis Goossens (2003), a metonímia, em muitos casos,
deve ser vista como parte integrante da metáfora, pelo que, então, foi criado um
novo vocábulo para designar tal situação: “metaphtonymy”, em português METAFOTONÍMIA.
Já estes “textos transversais” serão tecnicamente EKPHRASIS, palavra grega que
designa uma descrição ou comentário literário sobre uma obra de arte, a qual actua
no sentido de expressar ideias e sentimentos,
reforçando assim o conteúdo do texto verbal. “A carta aos meus filhos sobre os
fuzilamentos de Goya”, de Jorge de Sena, é considerada o melhor exemplo da
poesia ecfrástica portuguesa.
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