poeta francês,
nasceu em Château-Tierry, Aisne.
Espírito irreverente, livre e independente, morreu em Paris em 1695.
A Gralha entre os Pavões
Pavão que andava na muda,
sua plumagem largou,
e uma gralha presunçosa
com ela o corpo adornou.
Entre um rancho de pavões
atrevida se meteu,
até que um dos camaradas
a impostora conheceu.
Passou palra aos companheiros,
que em cima dela saltaram,
e não só o adorno alheio,
mas o prório lhe tiraram.
Voltou para as companheiras,
que do sucesso informadas,
a baniram do seu rancho
ao som de mil apupadas.
O que sucedeu à gralha
aos homens pode convir;
aquele que alheio veste,
o vem na praça a despir.
Este caso, além do exposto,
serve também de lição
a todos os que procuram
parecer mais do que são.
Trad. de Curvo Semedo
Enviado por Amélia Pais
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