16/11/2006

A taça das tuas mãos

Traz-me numa taça
a água fresca do dia,
quando o vento se liquefaz
sob o meu olhar atento
e o meu corpo é menos carne do que vento,
porque minha alma lá dentro não cabia,
excessiva, enorme -
Vá, toca-me ao de leve com tuas mãos,
para que a tarde sobre mim se entorne.
António Simões, inédito, in "Poemas Antigos".

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