"Ambrósio, apetece-me algo",
Seja o que for, o Ambrósio traz.
TGV, um mero comboio Talgo,
Água-de-colónia ou aguarrás. "Ambrósio, apetece-me algo",
e ele o pedido satisfaz:
um golden-retriever, um simples galgo,
Chocolate sabendo a sassafrás. E a nobre dama que come a esta hora
O seu Ferrero, sorri, mas não cora
Perante os olhares que Ambrósio lhe deita. Esta cena, de um rigor demente,
Fala de um falso mundo, falsa gente,
E é maleficamente perfeita. A. Inocêncio Príncipe, inédito, 2005.
5 comentários:
Obrigada, caro Inocêncio, pela superior qualidade destas suas publicações.
Fazia falta, no "mundo blogueiro português", textos, e, neste caso concreto, sonetos de superior qualidade e subtil crítica social.
Seja muito bem vindo, caro Príncipe, e que esta sua ironia esteja, no futuro, mais vezes presente.
Espero, ansiosa, por si!
Subtilmente sarcástico. "Comme il faut, mon chèr!"
Bom!
Senhor Poeta, chega a ser pecado, porque tais dotes só aos deuses são permitidos.
Magnificat!
Portugal no seu Melhor.
Bravo, Inocêncio!
A dois dias de umas eleições presidenciais que já deitamos pelos olhos, eis o que nos faz, realmente, falta.
A SUPERIOR IRONIA.
Portugal agradece.
Enviar um comentário