o ano principia. janeiro é o primeiro mês.
é altura de esboçarmos novos contornos, de deitarmos contas à vida. de dizermos - "ano novo, vida nova".
todavia, mau grado as boas intenções, os dias começam a repisar-se nos roteiros iguais das cidades, ao repetirmos, diariamente, os mesmos gestos. é urgente reinventar a Poesia.
prometemos a nós mesmos, novas leituras, novas "escritas". as palavras e os livros principiam a habitar-nos. no princípio era o Verbo...
ocupam-nos, então, outros personagens, os seus enredos, as suas imagens. enchemo-nos no espírito dos livros. e a ficção repete-se. os incidentes, os lugares, as estações, o acaso do primeiro ou do último encontro, o simulacro de cada um de nós. repetimo-nos, porém. é a rotina. o cansaço na repetição dos mesmos gestos. o desinteresse. há que reinventar a Palavra e escrever um outro ( ou porque não? ) o mesmo Poema.
estamos sitiados, devassados, naufragados na voragem dos simulacros. criamos ilhas de vontades. estabelecemos ligações, unidades de sentidos, narrativas existenciais, e, procuramos elaborar a arte de não representar. antes, uma forma criativa de viver. um estilo. uma nova escrita. uma outra ficção.
há quem, como eu, se demore em bibliotecas públicas, pessoais, privadas, arquivos, livrarias. o documento e o livro são a minha profissão. fazem-me, simultaneamente, senhora de..., leitora de... estou atenta, mas gosto, sobremaneira, do desinteressado abandono de uma obra, esquecida em qualquer prateleira. fazem do leitor ( aliás, é esse o seu objectivo ) um aventureiro errante - como afirmava Umberto Eco - que procura, em cada estante, uma nova aventura, sem saber se a encontrará ou sequer se a terá encontrado se acaso a encontrar.
gosto de imaginar comunidades, unidas na narrativa implícita do livro.
permite-me ficcionar sociedades ideais, redes de cumplicidades, encontros, paixões, nostalgias movendo corpos e vontades. há que reinventar a Palavra ( e, neste caso ) reescrever o Poema.
o "estar com" e o "estar em" são uma respiração de sinais no "coração" do caos. uma travessia do real, uma passagem ao imaginário. ser é integrar o enigma da linguagem. ler o da comunicação. razão porque, um dia, afirmei que escrever mais não é do uma forma imperfeita de ler, talvés mesmo, o seu excesso.
todavia, entre o ser e o ler há um equilíbrio radical. há que torná-lo real, invernalmente, na Poesia. gabriela rocha martins, inédito.
é altura de esboçarmos novos contornos, de deitarmos contas à vida. de dizermos - "ano novo, vida nova".
todavia, mau grado as boas intenções, os dias começam a repisar-se nos roteiros iguais das cidades, ao repetirmos, diariamente, os mesmos gestos. é urgente reinventar a Poesia.
prometemos a nós mesmos, novas leituras, novas "escritas". as palavras e os livros principiam a habitar-nos. no princípio era o Verbo...
ocupam-nos, então, outros personagens, os seus enredos, as suas imagens. enchemo-nos no espírito dos livros. e a ficção repete-se. os incidentes, os lugares, as estações, o acaso do primeiro ou do último encontro, o simulacro de cada um de nós. repetimo-nos, porém. é a rotina. o cansaço na repetição dos mesmos gestos. o desinteresse. há que reinventar a Palavra e escrever um outro ( ou porque não? ) o mesmo Poema.
estamos sitiados, devassados, naufragados na voragem dos simulacros. criamos ilhas de vontades. estabelecemos ligações, unidades de sentidos, narrativas existenciais, e, procuramos elaborar a arte de não representar. antes, uma forma criativa de viver. um estilo. uma nova escrita. uma outra ficção.
há quem, como eu, se demore em bibliotecas públicas, pessoais, privadas, arquivos, livrarias. o documento e o livro são a minha profissão. fazem-me, simultaneamente, senhora de..., leitora de... estou atenta, mas gosto, sobremaneira, do desinteressado abandono de uma obra, esquecida em qualquer prateleira. fazem do leitor ( aliás, é esse o seu objectivo ) um aventureiro errante - como afirmava Umberto Eco - que procura, em cada estante, uma nova aventura, sem saber se a encontrará ou sequer se a terá encontrado se acaso a encontrar.
gosto de imaginar comunidades, unidas na narrativa implícita do livro.
permite-me ficcionar sociedades ideais, redes de cumplicidades, encontros, paixões, nostalgias movendo corpos e vontades. há que reinventar a Palavra ( e, neste caso ) reescrever o Poema.
o "estar com" e o "estar em" são uma respiração de sinais no "coração" do caos. uma travessia do real, uma passagem ao imaginário. ser é integrar o enigma da linguagem. ler o da comunicação. razão porque, um dia, afirmei que escrever mais não é do uma forma imperfeita de ler, talvés mesmo, o seu excesso.
todavia, entre o ser e o ler há um equilíbrio radical. há que torná-lo real, invernalmente, na Poesia. gabriela rocha martins, inédito.
6 comentários:
Um texto adequadíssimo ao dia.
Um beijo!
Oh, minha Amiga, quando é que a menina deixa de me surpreender?
Um abraço!
Eis a linguagem do Olimpo!
O ano começa bem, felizmente. Que este AZUL não esmoreça, antes vá ganhando força para irradiar de Poesia os dias que se vão cansando de repetições. Porque "criamos ilhas de vontades", tentamos criar "redes de cumplicidades" para que os dias ganhem razão de ser e para que o "ser [seja]integrar o enigma da linguagem." Belo texto. Um abraço amigo.
Esta miúda quando quer, consegue escrever de forma a arrepiar os nossos pêlos... Um abração neste primeiro dia de 2006. Até breve!
O Mário ainda está no dia 1. Mas, o segundo dia aproxima-se do seu fim e com ele, a Poesia que encontro nas tuas palavras. O simulacro é meu. A verdade tua. E o erro? Qual o seu lugar? E afinal quem errou? O Homem ou deus?
Come chocolates, pequena, come chocolates!
Eis a metafísica do Mundo, parafraseando o poeta que amas de paixão...Eu não disse que o simulacro era meu?
Enviar um comentário