15/12/2018

Texto transversal






Ao concluir este texto fiquei com a dúvida se ele seria uma metáfora, ou uma metonímia. Parecendo-me que estariam presentes ambas as figuras de estilo, fui pesquisar na net se não haveria o termo “metonímia-metafórica”. Não há. Mas há metafotonímia
Vejamos: 
METONÍMIA é a figura de linguagem que pode definir-se como a substituição de uma palavra por outra, quando há relação de contiguidade, ou seja, proximidade de sentido entre elas. 
METÁFORA é uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido, havendo uma transferência de significados na base da semelhança. 
Para alguns autores, porém, como por exemplo Louis Goossens (2003), a metonímia, em muitos casos, deve ser vista como parte integrante da metáfora, pelo que, então, foi criado um novo vocábulo para designar tal situação: “metaphtonymy”, em português METAFOTONÍMIA. Já estes “textos transversais” serão tecnicamente EKPHRASIS, palavra grega que designa uma descrição ou comentário literário sobre uma obra de arte, a qual actua no sentido de expressar ideias e sentimentos, reforçando assim o conteúdo do texto verbal. “A carta aos meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya”, de Jorge de Sena, é considerada o melhor exemplo da poesia ecfrástica portuguesa.    




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