Para Eugénio de Andrade
O mar, o vinho e os seus reflexos
( as baías do Egeu ), a cal, o húmus,
um sol de espigas plenas,
o mistério das coisas simples,
um mundo de dimensões perfeitas. Depois, as mãos, as raízes, os muros,
as manhãs odorosas.
Uma sílaba exacta semeando um átrio,
a primavera úbere,
um mosto quente de Setembro,
o vinho cristalino, o sabor dos frutos,
cristais de outono.
O inverno, uma rosa túmida,
Eugénio de Andrade. Como quando li, pela primeira vez
e a poesia me envolveu,
em suas sílabas nocturnas,
luminosas, como girassóis primordiais.
Maria do Sameiro Barroso, in "Primeiro de Janeiro, 31 de Março de 2003.
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*www.oprimeirodejaneiro.pt
5 comentários:
Um enquadramento lindo.
A imagem, o poema, a fotografia.
Que mais dizer?
Perfeito!
Comovente a sensibilidade desta Poeta.
Não resisto nunca a lê-la e a comentar.
Muito bem vinda!
Tardava, mas a beleza deste olhar para Eugénio e para a Grécia fascina-me.
Obrigada amiga!
Um poético abraço, Maria do Sameiro.
obrigada, amigos!
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