07/04/2006

Postais da Tasmânia

2. As Aves Cantivoam
"Ó cousas todas vãs, todas mudaves,"
Eis que um verso de Sá de Miranda
Desce em mim, enquanto observo as aves
Que cantivoam aqui por esta banda.
Vejo-as voando livres, sem entraves,
Dos altos céus em alegre demanda,
E penso em meu país, nos rostos graves
De quem vive de reforma miseranda.
Farto dos faustos da fútil corte,
No refúgio da quinta do Minho,
Tua vida viveste recta e pura.
Se ora como então é má nossa sorte,
Se o Homem continua a ser mesquinho,
De facto, amigo Sá, "isto é sem cura."
A. Inocêncio Príncipe, inédito.

6 comentários:

Anónimo disse...

Só os Poetas para acreditarem na possibilidade de transformar este País.
Amigos, isto já não tem cura!
É preciso ser mais do que poeta para aguentar tanto saco...

Anónimo disse...

É má sina nossa.
É o fado português tão sublimemente versejado pelos nossos maiores poetas.
Obrigado, A. Prudêncio Príncipe!

Anónimo disse...

Ora cá temos mais uma sátira à maneira de Inocêncio Príncipe.
Que encanto!
A superior verve dum poeta à sombra de um outro.

Anónimo disse...

Um abraço, amigo Príncipe!

Anónimo disse...

A poesia como um gume.
Porque é necessário agitar.
Um abraço, poeta!

Anónimo disse...

obrigada!