27/04/2006
dia 8, 19:17
26/04/2006
Os Tais Ministros
25/04/2006
Fim de Tarde Abril
escuro lamento da voz rompíamos o círculo estreito de
amizades cinzentas o muro branco da lamentação
antiga abríamos um seco areal aí passava o sol
banhando a tua roupa a nudez do corpo macerado no
ofício dolorido dos navios. Orlando Cardoso, inédito.
sempre Abril
muralhas e no
as sinfonias inacabadas
de um cravo tocado em azul gabriela rocha martins.
23/04/2006
se eu pudesse ...
quisera eu
perder a cabeça e
ser
apenas
coração
ah se pudesse
ser
apenas
eu gabriela rocha martins.
o arlequim
Compreendo, agora, que o meu arlequim se vinha despedir, para sempre, na última noite que eu passava naquele quarto, um quarto que tinha já vida própria, onde se respirava a cor dos quadros espalhados pelas paredes, paredes que, talvez, ainda hoje ecoem os repetidos e teimosos gestos de criação... Augusto Mota, inédito, in "Metáfora", 1961.
22/04/2006
Terceiro
20/04/2006
Pedido de Socorro Às Rosas
Estendam as pétalas como mãos de ternura
E acolham minha alma e o corpo em sofrimento -
Com seu perfume, atravessem-me a carne,
E depois,
Deponham-me suavemente na pira da tarde,
Para que a chama em que cada uma arde,
Me reduza a cinzas
E me leve o vento. António Simões, inédito.
19/04/2006
Dois lembretes ... qual deles o mais importante ...
II
Aproveite o Dia Mundial do Livro
Proteja a floresta, dê vida ao futuro.
2005 foi um ano trágico, durante o qual travou-se uma luta diária contra o fogo. Uma batalha que não vencemos, como mostram os números dramáticos. Só um grande empenho por parte de todos, poderá salvar o património florestal. Para que a sua floresta seja também a dos seus filhos, ajude a combater os incêndios. O seu contributo é fundamental.
Assim,
de 1 de Outubro a 3o de Junho, deve:
. Limpar uma faixa de pelo menos 50 m à volta das habitações, estaleiros, armazéns, oficinas ou outras edificações nas zonas rurais;
. Limpar uma faixa de pelo menos 10 m de cada lado dos caminhos;
. Proceder à manutenção dos pontos de água e infra-estruturas.
De 1 de Julho a 30 de Setembro*, é proibido:
. Fazer fogueiras, queimas de sobrantes e queimadas;
. Fazer fogo de qualquer espécie, fora dos fogareiros ou grelhadores fixos;
. Lançar foguetes, fogo de artifício e balões com mecha acesa;
. Realizar acções de desinfestação e fumigação em apiários sem dispositivos de retenção de faúlhas;
. Fumar ou fazer lume nas áreas florestais.
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* este período pode ser alterado devido a condições meteorológicas excepcionais.
visite o site
http://www.forestis.pt/campanha/campanha.htm
e dê vida ao futuro.
17/04/2006
recordações de um escravo romano
16/04/2006
Manhã
Guarda a manhã
Tudo o mais se pode tresmalhar Porque tu és o meio da manhã
O ponto mais alto da luz
Em explosão
Daniel Faria
( site oficial http://www.danielfaria.org/ )
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enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com
15/04/2006
A Rosa e a Neve
nunca se apaga -
a chama é permanente -
É ver-se nas terras de neve:
esta funde-se
quando há rosas perto;
lá, o inverno
torna-se breve -. António Simões, inédito.
Aspira Núbeis Flores
Aspira núbeis flores que respiram
incautas*, não apagues as nuvens outonais,
nem as chamas de inverno,
pois a volúpia das palvras dormita,
no orvalho que coroa os teus dias festivos. Aspira núbeis flores cobertas de música,
fulgor, ramos de oliveira.
As fontes do Hélicon acautelar-te-ão,
no limbo etéreo,
pois de pólen são as sílabas que derramas,
e o ardor que em ti grita não asfixia,
na dor marulhante, o clarão matinal,
onde vives, na dócil primavera,
o aroma suave da poesia. Serena é a tua mansão de onde vês,
na vertigem rasgada, lírios, jacintos, nardos,
entre raros clarões,
relâmpagos de sonho, bátegas de luz. Aspira núbeis flores, pois os astros
resplandecem, nos teus olhos,
repletos de vestígios antigos
- a voz das Musas em ti ouvirás sempre,
sobre elas derramarás a chama lenta
e fugidia da luz e da dor que,
em estrelas transformas,
na frescura clara da tua melodia.
Maria do Sameiro Barroso, in "Homenagem a António Salvado", Org. José Miguel Santolaya Silva, Salamanca, 2005.
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*António Salvado, in Poema "DEIXA O PORVIR EM PAZ...", Recapitulação, Estudos de Castelo Branco, Castelo Branco, 2005, pg. 28.
13/04/2006
Há 100 anos, no dia 13 de Abril de 1906, em Foxrock, Irlanda, nasceu ...
11/04/2006
pequeno poema
antes da manhã acontecer.
Não com a colher do sono.
Fizeste-o com o bico laranja do melro que fere a romã. Sandro William Junqueira, inédito.
10/04/2006
( vertigens )
08/04/2006
Fragmentos Helénicos*
O mar, o vinho e os seus reflexos
( as baías do Egeu ), a cal, o húmus,
um sol de espigas plenas,
o mistério das coisas simples,
um mundo de dimensões perfeitas. Depois, as mãos, as raízes, os muros,
as manhãs odorosas.
Uma sílaba exacta semeando um átrio,
a primavera úbere,
um mosto quente de Setembro,
o vinho cristalino, o sabor dos frutos,
cristais de outono.
O inverno, uma rosa túmida,
Eugénio de Andrade. Como quando li, pela primeira vez
e a poesia me envolveu,
em suas sílabas nocturnas,
luminosas, como girassóis primordiais.
Maria do Sameiro Barroso, in "Primeiro de Janeiro, 31 de Março de 2003.
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*www.oprimeirodejaneiro.pt
07/04/2006
Postais da Tasmânia
Eis que um verso de Sá de Miranda
Desce em mim, enquanto observo as aves
Que cantivoam aqui por esta banda. Vejo-as voando livres, sem entraves,
Dos altos céus em alegre demanda,
E penso em meu país, nos rostos graves
De quem vive de reforma miseranda. Farto dos faustos da fútil corte,
No refúgio da quinta do Minho,
Tua vida viveste recta e pura. Se ora como então é má nossa sorte,
Se o Homem continua a ser mesquinho,
De facto, amigo Sá, "isto é sem cura." A. Inocêncio Príncipe, inédito.
06/04/2006
o prelúdio do vazio
A espera é difícil como o silêncio que não atende os desejos e a distância. O tempo vai longo e esquecido dos anseios e das emoções. De longe apenas chegam os vibrantes aplausos do final da Patética de Tchaikovsky. Tudo parece conjugar-se para entristecer a noite e sublinhar o desconcerto da espera. Que nova sinfonia ouviremos agora? Já se anuncia o prelúdio do longo vazio que irá atravessar a noite. Estranha melodia esta que vive entre o silêncio e o desejo, entre a distância e o tempo, entre as trindades e o toque do amanhecer! Que acordes ouviremos, então, na madrugada de nós? Augusto Mota, inédito, in "A Geografia do Prazer", 2000. |
03/04/2006
A rosa e a chama
ardendo ali ao lado, no jardim? A rosa estava lá fora,
certo.
Só que a sua chama
crepitava aqui mais perto:
dentro de mim. António Simões, inédito.