28/02/2008

Quadras & Quadros



Poemas de António Simões
Ilustração e Composição de Augusto Mota

25/02/2008

convite


A Direcção da Caixa de Crédito Agrícola de São Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra, no âmbito das Comemorações do 178º Aniversário do Nascimento de João de Deus, convida Vª Excia e Família para o lançamento da obra
delete.me
de
gabriela rocha martins

a realizar dia 8 de Março de 2008, pelas 18h30, no auditório pequeno da Caixa de Crédito Agrícola de São Bartolomeu de Messines

21/02/2008

21 de Fevereiro de 2008

uma data especial
muito especial, mesmo, para a Fernanda e para mim.....
Fotopoema de Fernanda Sal Monteiro.

20/02/2008

Comunicado de Sua Excelência o terrorista Binlada a Portugal

não resisti à tentação ... mas é que não resisti mesmo ...
obrigada Paulo

19/02/2008

tive carta, hoje


a inspiração
escreveu-me finalmente
( já estava em cuidados! )
a dizer
que chegaria às sete;
vou à estação
esperá-la à camionete -
mas como eu,
como parece evidente,
sou simultaneamente
camionete, estação, inspiração,
como sou da viagem
o princípio
e o fim,
fico cá dentro
à espera de mim.


Poema inédito de António Simões, 28.01.1981
Fotopoemas de Augusto Mota sobre poemas de João Vário e gabriela r martins

12/02/2008

o coração invisível

procuravas as palavras mais simples,
as palavras simples como as coisas,
que cantassem e rissem
e caíssem das árvores como as folhas;
as palavras que pudesses trazer presas nos dedos
e libertasses ao encontro dos outros,
como essas que pões na mesa
e repartes com tua mulher
e acariciam teus filhos;
procuravas talvez uma ou duas
que devolvessem a teus olhos claros
a perdida harmonia
e, fáceis e redondas,
rolassem pelas colinas da tarde inquieta,
rolassem até onde o canto da noite
aguarda a sua vez de soprar sonhos e estrelas
nos nossos ouvidos;
e regressassem depois em árvores lúcidas
onde nossos braços crescessem e se alongassem -
palavras sabendo a pão e coragem,
visita ou carta de alguém muito querido;
palavras que pudesses afeiçoar
com plaina e formão,
e as polisses ( ou deixasses por polir ),
e como pedras lisas ( ou ásperas )
as empilhasses no coração da Hora,
e evidentes as mostrasses e as desses,
e a quem procurasse o significado de tudo isto,
dissesses simplesmente:
estou a comunicar contigo
e a minha circunstância,
desci da minha ilha
pela escada do poema,
e estendo-te as minhas mãos-palavras,
meu coração visível
aberto ao teu.


António Simões, poema inédito, 1969
Textos Transversais de Augusto Mota.

08/02/2008

omnia vincit amor


"[...] ainda que os antigos beberam primeiro nas fontes, nem por isso as esgotaram: Multum egerunt qui ante nos fuerunt, sed nom peregerunt, diz Séneca [...]"
- Sermão da Conceição Imaculada da Virgem Maria, Padre António Vieira, s.d.
Completaram.se, na passada quarta.feira, dia 6 de Fevereiro, 400 anos sobre o nascimento de António Vieira, mais conhecido, pelo Padre António Vieira. Nasceu em Lisboa e faleceu em São Salvador da Baía, em Junho de 1697. Foi, segundo Fernando Pessoa, "o imperador da língua portuguesa". Viveu entre Portugal e o Brasil. Foi, ainda, padre jesuíta, diplomata e um dos mais acérrimos defensores dos cristãos.novos, judeus, índios e escravos. Lutou, intransigentemente, e foi vítima da Inquisição. Tendo sido um dos profetas do 5º Império, angariou amigos, uns ilustres, outros não, e muitos inimigos.
Para mais informações, consulte - http://www.anovieirino.com/



I
Defesa do livro intitulado
QUINTO IMPÉRIO,
que é a apologia do livro
CLAVIS PROPHETARUM,

e respostas das proposições censuradas
pelos senhores inquisidores: dadas pelo
Padre Antônio Vieira, estando recluso nos
cárceres do Santo Ofício e Coimbra



Sendo ontem chamado à mesa, me foi dito que estavam nela os senhores inquisidores para sentenciarem a minha causa, e que antes disso queriam ouvir de mim tudo o que tivesse que dizer ou alegar para bem dela; e porque a última doença (de que estou mal convalescido) me não deixou com forças nem alento para poder falar em público, pedi licença para falar por papel, que me foi concedida. Protesto pois do modo que me é possível, diante desses senhores, que antes de se me dar a notícia que as minhas proposições estavam censuradas, e as censuras aprovadas por sua santidade, fazia eu tenção de propor em presença de vossas senhorias todos os pontos ou questões delas, dando os fundamentos das opiniões que segui, ou determinava seguir, respondendo aos das contraditas; mas depois que me foi dada a notícia da aprovação e autoridade do sumo pontífice, que é argumento a que a minha fé, resignação e obediência, não sabe outra solução senão a da veneração, obséquio e silêncio, sem que para isso seja necessário cativar ou fazer força ao entendimento, que sempre está e esteve sujeito aos menores acenos da Igreja, e de qualquer de seus ministros, havendo por esta via cessado o escrúpulo que só me dilatava; e tendo eu aceitado, sem mais demora da razão, ou explicação das ditas proposições, a todas as censuras delas, e suas dependências, nenhuma outra coisa se me oferece, que possa fazer ou dizer importante ao bem da minha causa, mais que o representá-la a vossas senhorias em um menor e mais abreviado processo, no qual a possa compreender toda junta de uma vez, dividindo-a para isso em partes certas e determinadas, onde se veja brevemente o dilatado, distintamente o confuso, e claramente o escuro e mal declarado por mim: e pois não posso fazer a dita representação com razões vivas (como muito desejava) falarão por mim estas poucas regras, não como nova alegação, pois não digo nelas coisa de novo, mas como um breve memorial deste processo, repartido, para maior facilidade, clareza, e distinção, nas oito ponderações seguintes: (...)

- Excerto de "De Profecia e Inquisição", Pe. António Vieira, Brasília, Estado Federal, 2001.
Iluminura de Wikipédia.





06/02/2008

Estes Putos

o fado de Carlos do Carmo que previa esta brincadeira...
[ de tão irresistível, não resistimos ]

edição de Cabala Produções, 2007.

05/02/2008

ironica mente ,ao R


venero louca
mente
o poeta
que não escreve
.
e rio
rio.me
em rio na maré vaza

poema de gabriela rocha martins
textos transversais de Augusto Mota.

03/02/2008

Macro

a natureza captada num filme de enorme sensibilidade...
[ antes de clicar para ver o filme ,deixe correr a música do Palácio até ao fim ,para usufruir ,plenamente ,os sentidos da vista e da audição .vale a pena ]
fotografias e edição de Pedro Ivo Carvalho

com dois dias de atraso

Rompendo
a pujança verde das folhas,
surgem as estridentes flores.
Prenhes de romãs a haver.
Promessas de Vida.

poema e fotografia de Fernanda Sal Monteiro.

01/02/2008

quando o grumete tem direito a um dia especial

Em carta de marear, o Almirante havia ordenado que este texto transversal fosse publicado ao alvorecer do dia, mas, como o grumete da nau é indisciplinado, por natureza, só agora é que o dá a conhecer. Tem, todavia, uma pequena desculpa.... Dão-se alvísseras a quem a adivinhar.
Texto transversal de Augusto Mota.

Poema de António Simões
Fotografia e composição de Augusto Mota.