14/09/2012

Eu vou com a luz

 
 
 
 
 
 
 

O dia assenta em varas de cristal -
Quatro são, mais o puro pensamento:
É esta quinta vara que lhe vale,
Erguendo-o, poderosa, bem ao centro.
 
Como tenda de circo que se instale
Sobre as cinco varas que eu invento,
O ar é pano de luz que desce lento,
E a manhã só se acende ao meu sinal.
 
Oh, cinco varas, cinco dedos d'alma,
Puxando o infinito para perto,
Pra que eu me perca no azul do ar.
 
Breve, minha inquietação se acalma
E o meu coração bate mais certo -
Vou com a luz quando o dia acabar. 

 
 
 
 
 
 
Soneto: António Simões, 2004
Fotos: Augusto Mota2012 



3 comentários:

António Simões ,Augusto Mota e Gabriela Rocha Martins disse...

Belas fotos e belo soneto!

Abraços

Manel Freire

António Simões ,Augusto Mota e Gabriela Rocha Martins disse...

Admirável o soneto e a ilustração.

Mário Sérgio Felizardo

António Simões ,Augusto Mota e Gabriela Rocha Martins disse...

Caro Augusto:

O soneto do nosso querido Simões é muito bom, mas a tua fotografia não lhe fica atrás. Os meus parabéns e um abraço do

M. Gomes da Torre