O dia assenta em varas de cristal -
Quatro são, mais o puro pensamento:
É esta quinta vara que lhe vale,
Erguendo-o, poderosa, bem ao centro.
Como tenda de circo que se instale
Sobre as cinco varas que eu invento,
O ar é pano de luz que desce lento,
E a manhã só se acende ao meu sinal.
Oh, cinco varas, cinco dedos d'alma,
Puxando o infinito para perto,
Pra que eu me perca no azul do ar.
Breve, minha inquietação se acalma
E o meu coração bate mais certo -
Vou com a luz quando o dia acabar.
Soneto: António Simões, 2004
Fotos: Augusto Mota, 2012
3 comentários:
Belas fotos e belo soneto!
Abraços
Manel Freire
Admirável o soneto e a ilustração.
Mário Sérgio Felizardo
Caro Augusto:
O soneto do nosso querido Simões é muito bom, mas a tua fotografia não lhe fica atrás. Os meus parabéns e um abraço do
M. Gomes da Torre
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