FADO DE MADEIRA
Ó bela e nobre madeira,
Hoje
aqui te louvo eu.
Os
teus veios são as veias
Onde
a seiva já correu –
Vives
à tua maneira
Nos
móveis, numa cadeira,
Ou
nos braços duma lira;
És
macia e verdadeira,
Por
isso a gente te admira.
Eu
tive um tio abegão
Que
ia de enxó na mão
Trabalhando
o duro azinho –
Logo
me vem à lembrança,
Nos
meus tempos de criança,
O
meu cavalo de pinho.
Não
há material mais nobre,
Serve
o rico e serve o pobre,
Sua
grandeza revela.
Vai
sustentar o telhado,
É
as tábuas do sobrado,
Está
na porta e na janela.
És
filha da natureza
Pra
servires pai e mãe,
Serves
os filhos também,
Quando
estão todos à mesa.
António Simões
Fotos e edição: augusto mota
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