Quando o governo inteiro compagina
Prò país inteiro o que acha ser preciso,
Flébil parlamento palra em surdina,
Entra a humana razão em pré-aviso.
Mas quando alguém mergulha na tina
E esfrega o lombo com Dove abrasivo,
Pla nossa mente passa, sibilina,
A certeza de perder-se o siso. Quando entre ais, uivos e dislates,
Com alface, cenoura, mas sem tomates,
O tempero falta à nacional salada; Quando não há bom senso e nada presta,
A gente pergunta: "Que Pátria é esta?",
E, perplexa, a Pátria fica calada. A. Inocêncio Príncipe, inédito.
9 comentários:
É manifestamente notória a actualidade deste poema. Espectacular!
Ainda bem que os Poetas deste País não se calam. Ao menos eles...São HOMENS com maiúsculas.
Depois de "Candidatando", Inocêncio Príncipe surpreende com "Compaginando". A actualidade é o mote. Portugal o motivo. Nós o objectivo. É preciso passar a mensagem.
Que nunca mais se demitam os Poetas. Obrigado, Príncipe!
Não fora os Poetas e os Artistas deste País, e, Portugal, há muito, que deixara de valer a pena.
Não! A Pátria portuguesa que somos todos nós, o Povo português, que outrora deu mundos ao mundo, não pode ficar mais calada.
Só por mais este poema valeu a pena ter regressado.
Aos Poetas sem medo um Feliz Natal!
É muito bom festejar a Poesia, neste blog, que não desarma de perguntar pela Vida...
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