29/12/2005

Zahra, A Moura Encantada de Leiria*

Neste Natal, o menino Jesus de seu verdadeiro nome, Fernanda Sal Monteiro, permitiu-me o contacto directo com esta pérola da literatura e da história portuguesas. São seus autores, Orlando Cardoso, no texto, e, Rui Pedro Lourenço, na ilustração. Um doce visualizado...
...Eclosão inevitável de um conflito com o tempo, vertigem e solidão de uma lógica, na qual, a pesquisa e a aventura permanentes, constituiram a razão de escrever e desenhar.
Processos em que - como aprendizagens - a permanência e a ruptura são comportamentos/conhecimentos que significam a evolução ou involução de um lugar - Leiria - contra a (in)diferença do mesmo espaço.
Caminho árduo, em que a itinerância da razão entre o circunstancial e o estrutural envolve um sistema de múltiplas dialécticas - o permanente e o novo, o universal e o particular, o erudito e o popular, o lugar e o tempo, como seus referentes.
Orlando Cardoso ou a superação dos limites da ordem histórica, a atitude do novo que se configura nos monólogos de Zahra, apostos à delicadeza quase "naif" dos traços, das ilustrações, onde o livro se manifesta como um princípio e uma "praxis", entre a expressão e as técnicas de escrita e ilustração, que Orlando e Rui, página a página, pré-estabelecem.
"Zahra, a Moura Encantada de Leiria" aparece-nos como um universo de factos históricos homogéneos, como um legado, cuja narrativa mantém o seu fluxo sedutor, o seu poder de encantar o leitor, insuspeito, apanhado nas malhas do tempo e da narrativa...
Fica-nos, ao folhear as 37 folhas desta obra, a emoção da visualização. A simplicidade e a beleza. Mas também uma certa tristeza. É do facto de "não vermos" ou de "não merecermos ver" que nasce a melancolia cultural. Ela existe e não pode ser vencida através de miragens de espelhos alheios. É um assunto de cada um de nós. Quando resolvido, o resto ser-nos-á dado por acréscimo.
Por isso, o meu encantado, visualizado e mouro reconhecimento.
À Fernanda Sal Monteiro, pela descoberta/oferta. Ao Orlando Cardoso pela história/escrita. Ao Rui Pedro Lourenço, pela imagística.
Gabriela Rocha Martins.
* Edições Arquivo. 3ª Edição. Apoio especial da Câmara Municipal de Leiria e Patrocínios da Escola Superior de Leiria, Ulmar e Valorlis.

4 comentários:

Anónimo disse...

É bom que saibamos que, também em Leiria, houve mouras encantadas.
Minha Amiga, um beijo!

Anónimo disse...

Pois é,Teresa, houve, e algumas até ficaram por cá ...como diz uma quadra de um músico que foi um grande dirigente do Orfeão de Leiria em tempos idos (anos 50/60) e que também foi nosso professor de Canto Coral e do Orfeão do Liceu. Esses versos, segundo parece, escreveu-os enquanto estudante de Coimbra e serviu de fado cantado por algumas gerações que sentiam saudades das "suas moiras" que os esperavam em Leiria : aí vai ela (cito de cor...)

" Dentro de ti, oh Leiria
Vive uma moira encantada
Que tem por nome Maria
E, quem sabe? é minha amada."

Se cometi algum engano, peço a quem saiba que me corrija.

Um grande abraço.

Anónimo disse...

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Unknown disse...

Não sei se o site permite postar link do youtube, mas tem um lindo tema instrumental de Almir Sater chamado Moura, referente à estes seres fantásticos! Segue link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=5sTYByIP0XU