... Às 12h 45m do dia 21 de Dezembro de 2005, começa o solstício do Inverno.
No Calendário Chinês, por exemplo, o solstício de Inverno chama-se dong zhi ( chegada do Inverno ) e é uma data de extrema importância porque se celebra a passagem do ano.
Estamos, no entanto, diante de um dia de grandes contrastes e de uma data que teve a sua origem na imperfeição do velho calendário, saído, como se sabe, das duas épocas do ano em que se registam, alternadamente, a mais longa noite e o maior dia.
As antigas civilizações, nos seus mitos solares, faziam nascer o deus Sol, no solstício de Inverno, no momento em que os dias começavam a crescer. A sua juventude era no equinócio da Primavera. No solstício de Verão, raiava em todo o esplendor da sua força, e, no equinócio do Outono, na regressão da idade, envolvia-se num escuro invasor.
Entre os povos do Oriente, o Sol nascente era representado por um menino no colo de uma Virgem celeste, sua mãe. Os Egípcios, em especial, celebravam, todos os anos, no solstício de Inverno, o nascimento de Horus, filho de Ísis, e, a sua imagem era exposta, num presépio, para adoração do povo.
A grande imperfeição do Calendário romano ( Numa ), apesar das intercalações periódicas, feitas pelos sacerdotes, de um mês completo de tamanho variável, no tempo de Júlio César tinha um atraso de 6o dias, pelo que Sesígenes ( astrónomo alexandrino ) foi chamado para refazer a diferença. Para ele, a duração do giro da terra em volta do sol era de 365 dias e 6 horas, dando origem ao ano de 365 dias, com reserva de 6 horas excedentes, para formar um tricentésimo sexagésimo sexto dia, a juntar, de 4 em 4 anos. Propunha, ainda, o começo do ano no solstício de Inverno. Todavia, César, para não ofender os demais habitantes do Império, preferiu que o 1 de Janeiro, do ano da Reforma Juliana, fosse colocado, não no solstício, mas no dia da Lua nova imediata. Ora, nesse ano, a Lua recaía oito dias depois do solstício de Inverno. Isso deu origem a que, no Calendário Juliano, o solstício correspondesse não ao 1 de Janeiro, mas ao 25 de Dezembro.
O dia 25 de Dezembro tornou-se, então, no novo Calendário imposto ao Império Romano, na data oficial da festa que comemorava, por toda a parte, o nascimento do Sol, do Horus egípcio, do Mirtha persa, do Phebo grego e romano, etc.
A Igreja, ao sentar-se no trono imperial, com Constantino, um século depois, aproveitou a festa do solstício de Inverno, do menino Horus nos braços da Virgem Ísis, para transformá-lo na festa de Natal que se comemora, até aos nossos dias, das mais díspares formas.
Mas não é disso que falo, neste Natal de 2005.
Imaginei um Natal humanitário, sui-géneris. Sem poluição, violência, racismo, guerras, sem exploradores e explorados. Um Natal em que as mulheres e os homens, independentemente do sexo, da cor, do país de nascimento, da religião, do tamanho, da força física, da inteligência, de credos políticos e ideológicos, dêem-se como irmãos.
Neste Natal não existiria gente dormindo nas calçadas, debaixo de viadutos, em bancos de jardins, pocilgas sem luz, sem ar, nem gente estragando alimentos que faltam a milhões de crianças e adultos, num mundo que teimam em proclamar de civilizado. Cheio de gente robotizada e alienada, vivendo em permanente conflito com o ser e o parecer, em que, cada um, disputa o seu espaço vital, sempre aperfeiçoando estratégias, cada vez mais sofisticadas, para suplantar os menos audaciosos e os mais dependentes.
Um Natal onde a felicidade de um fosse a felicidade de todos.
A Natureza deu tudo de graça aos homens, por isso ninguém pode negar a esse mesmo homem o direito à sua parcela, num mundo, que também é seu!
Será um Natal utópico, dirão! Mas um Natal humanista, por isso belo... Edgar Rodrigues, pesquisador de História Social.
8 comentários:
Que este e os demais Natais sejam, realmente, igualitários e humanos.
Não é Utopia. É solidariedade.
Que este e os demais Natais sejam, realmente, igualitários e humanos.
Não é Utopia. É solidariedade.
Que este e os demais Natais sejam, realmente, igualitários e humanos.
Não é Utopia. É solidariedade.
Para que este Natal se possa, de facto, transformar em realidade, basta, apenas, a autenticidade de sentir em todos nós.
Lindo.
Boas Festas!
Por isso os Natais serão quando o HOMEM quiser!
Por isso os Natais serão quando o HOMEM quiser!
Será a Verdade uma Utopia? Ora, Viva a Mentira!
Porque o natal é quando e como um Homem quiser...
( apesar do lugar comum é o que penso depois de ler/ver estas publicações sobre o Natal )
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