Ainda me lembro como se lá estivera
Era de Fevereiro, o dia primeiro.
A aragem corria. Era noite e dia parecia
e o sol sorria à lua que beijá-la queria.
Ao primeiro vagido a parteira exclama. É Menina!
É Menina!
O pai timidamente assoma à porta. Hesita...
A mãe exausta, sorria aliviada. É menina.
E bonita, acrescenta a parteira. !-Que nome lhe dar?
Por mim - diz o pai - seria Gabriela, como sua mãe. Passa o tempo. A Menina medrava, a Menina corria,
a Menina estudava, estudava e sabia.
Gabriela amava, amava e escrevia. Escrevia prosa, escrevia poesia.
Um dia...
Eu, que vira nascer a menina como se lá estivera,
reparei que - sem trono - se tornara Princesa
e dentro de si era sempre Primavera. Glória Maria Marreiros, inédito.
5 comentários:
Que ternura, GLória!
Um beijinho.
A delicadeza e suavidade desta Poetisa comove-me sempre que a leio.
Para quando um livro de Poesias, Glória?
Tanta ternura(quase) maternal só podia vir desta Senhora ... para a Menina Gabriela. Um beijo para as duas.
Pois é, Fernanda!
Entre a Glória e a Gabriela há uma amizade e cumplicidade tão bonitas!!!!Mas, também, não admira. São duas Senhoras que se admiram mutuamente.
Já reparou no nome de ambas?
Uma GM e a outra MG. Ou seja, o complemento directo... ( É agora que as vou ouvir da Gabriela! )
ah, pois vais!
eu te digo se somos o complemento directo... quantas vezes tenho de dizer-te que para chegar aos calcanhares da Glória ainda tenho de palminhar muitos, mas mesmo muitos kilómetros, minha menina?
e deixa de provocar-me, tá?
de qualquer modo, uma beijoca!
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