que vem de tão longe e de tão perto
porque vem de ti do delicado tumulto das tuas vibrações
que são como espirais instantâneas que parecem ir dispersar-se
mas mantêm a delidadeza límpida das suas linhas.
Elas são a relação que se inebria na vertigem dos limites
e te oferecem o mundo como o campo da tua identidade aberta.
Tu és um corpo de meandros em que um sangue solar flui
e como danças dentro de ti as tuas linhas são evidências
imprevisíveis e nunca te deixas fechar mais do que um segundo
porque logo te abres como um leque de cores vibrantes que reúne
e dispersa porque é a relação do universo com a harmonia dinâmica
da variedade elementar que é a matéria da unidade universal.
Se tu te transcendes em cada movimento
é porque tu ascendes constantemente como se a tua coluna fosse
o vento vertical como um enxame de pássaros vertiginosos.
Se tu és quem és é porque a luz no teu corpo voa e vibra
e o teu olhar respira a transparência de um jardim
e a tua boca pronuncia as palavras que são chamas de vento
e são chamas do mar
mas também têm o peso das pedras intactas.
António Ramos Rosa. inédito.*
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*António Ramos Rosa e sua mulher, Agripina, estarão, no próximo dia 4 de Março de 2006, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, numa tarde em que se falará de tudo, mas, sobretudo, ... de quê? ... ( Poesia ... Música ... Medicina ) ...
"Meandros Translúcidos", o novo livro de Maria do Sameiro Barroso, com chancela da Labirinto.
4 comentários:
Belíssimo.
António Ramos Rosa, o poeta das Mulheres, soube, também ele, fazer-lhe jus.
Um abraço, Maria!
Um dia, alguém o definiu como o poeta em verde.
Diria, no entanto, que ARR se muniu de uma paleta de mil cores para pintar o arco-íris-Maria do Sameiro.
Lá estaremos, no próximo dia 4, o Luís e eu!
Que saudades, Deus meu, de um bom poema.
Obrigado António Ramos Rosa. Um abraço, companheiro!
Manuel Madeira.
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