Ai, ai, tanta palavra
a fervilhar na tua mente -
Faça-se silêncio, de repente,
na tarde de alma -
Deixe-se a água,
deixe-se o vento
varrer de dentro
o que lá estava -
Fique-se olhando
a casa em frente
e o ar azul
que antes cegava -
Sejamos asa imóvel
de pedra,
fiquemos quietos
de corpo e alma. António Simões, [ poemas antigos ], inédito.
2 comentários:
"Sejamos asa imóvel de pedra" - lindíssima esta imagem, plena de sentimento e, ao mesmo tempo, de beleza.
Só um espírito sublime é capaz de criar imagens com esta leveza e significado.
Evolve-nos por inteiros.
Obrigada, Poeta!
Pergunto-me: se estes poemas são antigos e inéditos, porque tê-los guardado durante tanto tempo?
Poeta, os seus poemas não são para estar guardados.
Têm asas. São vôos rasantes.
E, sobretudo, precisam dos nossos olhos para os ler.
Publique-os, António Simões.
É importante que o faça.
Um abraço, Amigo!
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