19/02/2008

tive carta, hoje


a inspiração
escreveu-me finalmente
( já estava em cuidados! )
a dizer
que chegaria às sete;
vou à estação
esperá-la à camionete -
mas como eu,
como parece evidente,
sou simultaneamente
camionete, estação, inspiração,
como sou da viagem
o princípio
e o fim,
fico cá dentro
à espera de mim.


Poema inédito de António Simões, 28.01.1981
Fotopoemas de Augusto Mota sobre poemas de João Vário e gabriela r martins

1 comentário:

Anónimo disse...

eu não sei como me reflexionar nos meses.... mas gosto deste poema e do belo azul e vermelho muito...
abraço poeta
jrm