10/03/2008

apresentação do livro ".delete.me." ( 1ª parte )

.delete.me. iniciou os seus passos
com uma conversa entre dois amigos ,gabriela rocha martins [ autora ] e José Paulo de Sousa [ membro da Direcção da Caixa de Crédito Agrícola de São Bartolomeu de Messines ] ,momentos antes da apresentação.

a admiração de gabriela
rocha martins com a chegada da Presidente da Câmara Municipal ,Isabel Soares ,ao Auditório da Caixa de Crédito, onde decorreu a apresentação do seu livro.
o beijo do amigo e Vereador ,Rogério Pinto ,e ,o sorriso do Presidente da Junta de Freguesia de Messines ,José Vítor
foi o princípio da apresentação de .delete.me.
que inicia o seu caminho ,só ,sem que ,doravante ,a autora interfira no seu trajecto...


...desejando ,apenas ,que .delete.me. prossiga o seu vagabundear pelo mundo

porque nesse seu vagabundear há um pouco da autora que fica...
.delete.me.

"Amanhece", "exactamente na manhã", como o vento que vestia aquelas meninas, simples, fortes e sensíveis. Aquelas meninas capazes de abandonar uma lágrima, na última ou na primeira ceia da voz que se ergue. Meninas, talvez renascidas, que sabem premiar a feminilidade, tenha o chapéu três ou mais bicos. Meninas que souberam semear a raiz de uma flor que viria a ser colhida, recolhida ou mesmo protegida, no Verão, enquanto os ecos do cantar de um pato, de um gato ou mesmo de um cão, semeiem risos, sorrisos, pelas faces das crianças, femininas, que erguem seus braços "às estrelas do desejo".
".delete.me." é a voz de quem sente, de quem vive, de quem suaviza o grito feminino com "mãos de fogo". ".delete.me." é o prazer suave, por vezes demorado, de quem se deleita com o barulho da água/espargida pelos pássaros do jardim" até à"ascese do último / verso". Prazer que se move entre o deleite e o deletério de um pensamento que corre para o perigo que destrói um sonho encantado como "um homem louco / encontrado na casa amarela".

Este livro de gabriela rocha martins devolve, a quem o lê, a quem o sente, a voz da alegria. A voz que faz sorrir, sentir, amar e viver. Mas, também a voz dorida pela indiferença e insegurança que se estende pelo esteiro do tempo impagável com que a Mulher, a Mãe sempre lutou. Mulher que hoje é lembrada como força activa de uma sociedade de dois sexos que deveria ser una na voz, no sentimento e na oportunidade.
".delete.me." são poemas que ajudam a delet(ar) o medo dos "dentes" do "vampiro", mas que, ancestralmente, ajudam a promover o sentimento da beleza, como referia Miguel Torga quando escreveu "Orfeu Rebelde".
"Canto como quem usa / Os versos em legítima defesa
Canto, sem perguntar à Musa / Se o canto é de terror ou de beleza."

".delete.me." é também a revolta, a incapacidade de compreender a incompreensão. São poemas de esperança mas também de revolta. A revolta de uma "Revolução" que nasceu do medo e promoveu a "Evolução" de um "menino sem ideal" que dança ao som de "pianos negros".
Poemas que cantam esta dor de ser impaciente pela impaciência do inconformismo dos outros. Poemas de quem dá o punho para receber um punhado de mãos vazias de coisa alguma.
Poemas que revoltam a evolução da esperança, como defendia o Padre António Vieira:
"Esperança é o último remédio que a natureza deixou para todos os males" (...) "Tudo o que vive nesta vida, não é o que é, é o que foi, é o que há-de ser".
Após 400 anos do seu nascimento, 6 de Fevereiro de 2008, as palavras de Vieira continuam a ser folhas castanhas que abraçam o vento. Folhas que os desejos escondidos em capotes continuam a ignorar. Capotes de obras estaladiças. Porque "Para falar ao vento bastam palavras. Para falar ao coração, é preciso obras", galgou assim a pena de António Vieira.

gabriela rocha martins sublinha as páginas de ".delete.me." com mensagens de quem sabe realçar um "grito abafado" que transpira das penas negras de um melro, onde a semente do luto pode ser o chilrear de um pardal. Mensagem de poetisa em voz de quem conta ou encanta. Mensagem de contos vividos, perdidos ou sofridos na viagem do tempo que os curtos dias da vida nos oferecem.
Embora a poetisa diga não ser poeta, no meio de um amor perdido ou sentido, no meio de uma "Revolução" de asas curtas para a "Evolução", a verdade é que estes poemas, estas histórias, são o "xeque-mate" para a "celebração do silêncio" que enaltece a "capacidade de criar". E, mesmo que isso não "lhe basta", o grito da sua força está patente neste silêncio que nos faz voar enquanto os nossos olhos húmidos vão falando ao coração.
No fundo, estas linhas que página a página vão surgindo em ".delete.me." são o hino da vida. Da vida de quem sabe. Da vida de quem viu. Da vida de quem conhece. Da vida de quem sentiu . Porque "A vida é o dia de hoje", salpicou numa folha João de Deus, após a sua experiência de vida que iniciou a 8 de Março de 1830.

Adélio Amaro, Leiria, 8 de Março de 2008. - o editor de .delete.me.

1 comentário:

emedeamar disse...

estas palavras a que a tecla "delete" resistiu, serão do sule do mundo.
Bem Haja! Que sejam lidas e relidas!
Um Abraço!