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Como um deus sorvo as colinas do desejo e sigo, perdido, pelas sendas agrestes da memória e de um tempo que parou aqui. E agora, receoso, fujo de mim em direcção às mãos que desenham cada gesto e perpetuam o amanhecer.
Duas estrelas recordam os êxitos dessa memória e clamam pelo subtil silêncio da cidade sitiada. Não é vã a glória que é prenúncio de outra cidade! Sempre o corpo há-de ser metáfora de mulher e de cidade! Assim a conquista corre célere pelas mãos que, em uníssono, celebram o ritual do sacrifício.
Um dia tudo há-de ser claro como o grito da vitória entre as mãos em penitência. A confissão ficará adiada para a memória do presente!
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Augusto Mota, inédito, in "A Geografia do Prazer", 2000
Textos Transversais de Augusto Mota.
1 comentário:
Olha, este voltou?? E ao ponto de partida, parec, pois está outra vez a deixar o aeroporto... O " déjà vu " ? Será que ficou retido no aeroporto desde então ???
Maria Gabriela, desculpe a brincadeira, mas depois de todas as peripécias que me aconteceram hoje, como lhe contei, penso que o mundo virou manicómio ...
Bons sonhos, para si e para mim, também.
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