
a perdiz tem as patas de grés unidas pelo cordel azulcaem penas sobre o cesto das romãs é a tarde
falha a luz
saem clientes com os plásticos ou papel
com a fruta contada
esperam a noite
a perdiz é uma ave perdulária no tropel da passagem
uma gota de sangue sem olhos
um vento frio na paisagem jaz exposta à rua como o desafio que foi a caça
talvez uma resposta de quem gosta de matar
talvez ali junto ao louro posta
vejamos seus olhos e verdadeiramente saibamos
o que é uma ave dardejando por entre pinheiros
irmã comum do ar
Poema inédito de José Ribeiro MartoTextos Transversais de Augusto Mota.
1 comentário:
o prazer de ler.
entre o endógeno e o secreto rugir telúrico.
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