22/12/2011

Apresentação da IV Antologia dos Poetas Lusófonos


( Da esquerda para a direita - Arménio Vasconcelos ,Rui Matos ,da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria ,e ,Adélio Amaro ,da Folheto & Edições ,Lda )


-às vezes sou um sim
às vezes não
8 fevereiro 2011



sob as arcadas de pedra
da catedral de Saint Denis
desafiam.se os tumultos circundando
o teu corpo
oscilam os meus olhos à procura de um vulto mas
a densidade própria da matéria
dissipa.se no zimbro que envolve as gárgulas
levas.me na confusão do cigarro que não fumas
como se o rasto e o cheiro fossem um pouco mais
de ti........ solto........ trazes.me o silêncio dos búzios
por entre os andaimes da chuva que teima em
cair vasculhando a manhã........ três pingos molham o
meu rosto........ recolho.os como restos de outras
névoas e no silêncio incorpóreo que te resguarda
retenho.me num outro templo ou nas
pinceladas........ brevíssimas........ que ouso sobre a tela
às vezes
deixo.te fluir pela página virgem que
se detém a meu lado
outras
solto.te por entre as víboras que
adormecem junto à fonte........ sincera mente
não sei porque te habito entre os crivos da terra e
os sulcos das marés
não sei........ mas sei porque te exibo em tatuagem

ousam.se dos amantes as memórias



**********
***



-sem explicação aparente
29 março 2011




hoje
decido.me pela não abertura da carta

fazê.lo seria confundir um desejo muito forte de
não presença com a necessidade de dizer sim ao
pessimismo que me assiste qual anátema de algo
que não desejo ler........ muito menos antever
sei que o meu córtex cerebral esquerdo riscou
relações com o direito
impossibilitando que o ninho dos pássaros azuis
brancos........ ou de plumagem vária
se confunda com o endereço inscrito
do mesmo modo que
não me imagino abrindo e fechando envelopes
como uma mera máquina trituradora de papéis usados
gostaria........ isso sim........ de apostar um selo sob as letras
imaginadas em desvario porquanto lambidas demais
mas decido.me pela não leitura -
ateimo
- porque fazê.lo seria assumir.me como a meretriz do verbo
o assassino da escrita ou

o chulo da palavra que se balda no parágrafo seguinte



( Assistência )


gabriela rocha martins,
18 de dezembro 2011.

1 comentário:

António Simões ,Augusto Mota e Gabriela Rocha Martins disse...

obrigada Augusto Mota pela excelência da Amizade ,da representação e da reportagem....



com um beijo,
Maria Gabriela.