A apresentação deste livro foi feita pelo Doutor
Mário Moutinho, reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, no
dia 8 do mês de Setembro, em Monte Redondo, no âmbito da “Fesmonte 2016”. São as suas palavras que reproduzimos abaixo, ilustradas com fototografias de 1981, não incluídas na obra em apreço:
“É com muito gosto que aceitei o convite para apresentar uma nova obra sobre o património cultural da nossa área.
E digo Área porque reduzir este território a que estamos ligados, a uma, duas ou mesmo três freguesias, faz-nos esquecer que há alguns séculos havia apenas uma grande paróquia que, essa sim, correspondia a uma região com condições de existência sustentável para os seus habitantes.
Terra de agricultura, de produção de ferro, de comércio, de pinhais e terra de passagem.
Esta obra trata de uma riqueza local, certamente antiga, mas que no seguimento do fim da 1ª guerra mundial ganhou uma expressão de desenvolvimento, económico e tecnológico.
O jornalista Afonso Cautela, do "Portugal Hoje", entrevistando o sr. José Rolo
AS SALINAS DA JUNQUEIRA:
Património natural e cultural
Jorge Carvalho Arroteia, Augusto Mota, João Moital
Leiria, CEPAE, 2016
A estrutura desta publicação contempla duas partes:
– a primeira abarca aspectos diversos da exploração humana do sal, enquanto produto natural ligado à vida e à alimentação e à actividade humana, ao comércio e à indústria, bem como às condições locais da sua ocorrência, à exploração salineira e às condições que levaram ao abandono da produção. Para o efeito reúnem-se algumas notas que tendem a valorizar a dimensão geográfica e natural das Salinas da Junqueira no contexto da Orla Sedimentar Ocidental.
– a segunda tem por base o texto de João Ferreira da Silva correspondente à descrição do Poço Salgado da Junqueira, completada por outros documentos que enaltecem o significado do complexo salineiro entretanto extinto.
No seu conjunto, atende:
– à dimensão técnica ligada à exploração e condições de fabrico do sal;
– à dimensão económica tal como nos é descrita num estudo realizado em 1961 pela Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos;
– à dimensão humana, relatada na primeira pessoa pelo seu proprietário, José Duarte Rolo;
– à dimensão paisagística assegurada pelas imagens deste empreendimento em diversas fases da sua laboração e após a primeira intervenção pública assegurada pela autarquia Municipal de Leiria.
O sr. Rolo e a sua empregada Maria Ferreira
É pois um livro que nos dá a conhecer melhor a nossa área, e que poderá também servir de apoio para novas investigações.
Estamos agora num momento em que novamente se procuram soluções visando a conservação e valorização deste património.
A primeira tentativa coordenada pelo Museu do Casal de Monte Redondo num momento em que as salinas se degradavam a olhos vistos, chegou a receber apoio da CML e durante anos lá tiveram lugar importantes eventos culturais. Em boa hora foi refeito o telhado e outras obras que susterão a degradação, incluindo a limpeza das valas principais e secundárias.
Mas com o falecimento da Srª Dª Maria, mãos alheias ao bem público se encarregaram de destruir portas e janelas e demais atos de vandalismo. Face à recusa da CML para que lá se pudesse instalar uma família carente, a quem se resolveria o problema do alojamento, mas que também serviria pela sua simples presença de guarda das salinas, o Museu acabou por devolver oficialmente à Câmara as salinas por já não estarem reunidas condições para continuar a dar utilização e a manter as instalações face ao vandalismo.
Maria Ferreira e o sr. Rolo observam, sorridentes, uma foto que lhes tirara numa visita anterior
“É com muito gosto que aceitei o convite para apresentar uma nova obra sobre o património cultural da nossa área.
E digo Área porque reduzir este território a que estamos ligados, a uma, duas ou mesmo três freguesias, faz-nos esquecer que há alguns séculos havia apenas uma grande paróquia que, essa sim, correspondia a uma região com condições de existência sustentável para os seus habitantes.
Terra de agricultura, de produção de ferro, de comércio, de pinhais e terra de passagem.
Esta obra trata de uma riqueza local, certamente antiga, mas que no seguimento do fim da 1ª guerra mundial ganhou uma expressão de desenvolvimento, económico e tecnológico.
O jornalista Afonso Cautela, do "Portugal Hoje", entrevistando o sr. José Rolo
AS SALINAS DA JUNQUEIRA:
Património natural e cultural
Jorge Carvalho Arroteia, Augusto Mota, João Moital
Leiria, CEPAE, 2016
A estrutura desta publicação contempla duas partes:
– a primeira abarca aspectos diversos da exploração humana do sal, enquanto produto natural ligado à vida e à alimentação e à actividade humana, ao comércio e à indústria, bem como às condições locais da sua ocorrência, à exploração salineira e às condições que levaram ao abandono da produção. Para o efeito reúnem-se algumas notas que tendem a valorizar a dimensão geográfica e natural das Salinas da Junqueira no contexto da Orla Sedimentar Ocidental.
– a segunda tem por base o texto de João Ferreira da Silva correspondente à descrição do Poço Salgado da Junqueira, completada por outros documentos que enaltecem o significado do complexo salineiro entretanto extinto.
No seu conjunto, atende:
– à dimensão técnica ligada à exploração e condições de fabrico do sal;
– à dimensão económica tal como nos é descrita num estudo realizado em 1961 pela Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos;
– à dimensão humana, relatada na primeira pessoa pelo seu proprietário, José Duarte Rolo;
– à dimensão paisagística assegurada pelas imagens deste empreendimento em diversas fases da sua laboração e após a primeira intervenção pública assegurada pela autarquia Municipal de Leiria.
O sr. Rolo e a sua empregada Maria Ferreira
É pois um livro que nos dá a conhecer melhor a nossa área, e que poderá também servir de apoio para novas investigações.
Estamos agora num momento em que novamente se procuram soluções visando a conservação e valorização deste património.
A primeira tentativa coordenada pelo Museu do Casal de Monte Redondo num momento em que as salinas se degradavam a olhos vistos, chegou a receber apoio da CML e durante anos lá tiveram lugar importantes eventos culturais. Em boa hora foi refeito o telhado e outras obras que susterão a degradação, incluindo a limpeza das valas principais e secundárias.
Mas com o falecimento da Srª Dª Maria, mãos alheias ao bem público se encarregaram de destruir portas e janelas e demais atos de vandalismo. Face à recusa da CML para que lá se pudesse instalar uma família carente, a quem se resolveria o problema do alojamento, mas que também serviria pela sua simples presença de guarda das salinas, o Museu acabou por devolver oficialmente à Câmara as salinas por já não estarem reunidas condições para continuar a dar utilização e a manter as instalações face ao vandalismo.
Maria Ferreira e o sr. Rolo observam, sorridentes, uma foto que lhes tirara numa visita anterior
Infelizmente o tal viveiro também não foi solução para nada e foi com alegria que anos mais tarde vimos as Salinas serem abrangidas pelo Programa “Sal del Atlântico” – coordenado pelo “Grupo de Conservación de Hummedales Costeros” – Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente da Universidade de Cádiz. A valorização das salinas foi incluída no Programa de Iniciativa Comunitária FEDER/INTERREG III B – Espaço Atlântico (2004-2007).
Foi um projecto e uma realização da maior relevância mas que acabou por também se esgotar e de novo ficar ao abandono.
Agora parece existir de novo vontade de retomar acções que, com mais sustentabilidade, dêem nova vida às Salinas da Junqueira.
Que este livro seja um incentivo para que esse novo projecto chegue a bom porto e que o Património Cultural material e imaterial que as Salinas representam, não acabe por se perder definitivamente.
Resta agradecer aos seus autores e demais pessoas e entidades envolvidas, terem realizado mais este trabalho em prol da Cultura portuguesa.
Bem hajam”
Mário Moutinho
*
Seguem-se fotos a cores, não incluídas neste livro, de pormenores da "Granja do Rolo", nome que, em letras recortadas, encimava a cancela de entrada na propriedade:
Pormenor da turfa gretada e com vestígio de sal
*
As fotos seguintes são uma pequena amostra das estruturas construídas pelo Município de Leiria, quando integrava o Programa de Iniciativa Comunitária FEDER/ITERREG IIIB - Espaço Atlântico (2004-2007), estruturas hoje completamente abandonadas e deterioradas. As fotos são de 2006, altura em que fiz 25 fotografias a cores da valorização deste espaço, as quais foram publicadas, em Janeiro de 2007, no meu blogue «pilriteiro.multiply.com», o qual já não existe por o servidor ter deixado de operar na Europa. O livro «As Salinas da Junqueira» apenas reproduz 6 fotos desse conjunto, mas a preto e branco. Das fotos abaixo só as três primeiras estão reproduzidas no livro. Aqui se repetem, a cores, para dar uma pálida ideia do paraíso que se poderia ter feito daquele espaço:
Fotografias e edição: augusto mota
Os sublinhados a cor no texto do Doutor Mário Moutinho são da responsabilidade do editor
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