04/12/2005

meu amor

tenho medo do vento:
abre-me teu corpo -
quero ficar lá dentro
um pouco.
tenho medo do mar:
deixa-me esconder
nas dunas de teus seios
até ele abrandar.
tenho medo da noite
que agora principia:
encharca-me o rosto
na luz de teus olhos,
para que seja sempre dia.
tenho medo de ter-te
só entre estes versos
e em mais lugar nenhum -
tenho medo, meu amor,
de não ter amor algum.
António Simões, inédito, 2003.

5 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente muito bonito.

Anónimo disse...

Aquele abraço ao Poeta!

Anónimo disse...

Aquele abraço ao Poeta!

Anónimo disse...

Mais uma pequena maravilha.
Obrigada, Senhor Poeta.

Anónimo disse...

a gerência agradece.
um abraço.