uma tranquilidade imensa, os sinos tocam
e os anjos sussurram-me a imperfeição terrena.
Nela escrevo as minhas odes brancas. No silêncio do mundo, as lareiras acendem-se,
as velas ardem e as estrelas cobrem as casas,
as árvores, as renas, as luzes de Belém.
Terna é a respiração das coisas. Entre a neve e os murmúrios, os pinheiros imensos
acendem-se, o sol esconde-se, uma chama vela,
e a vida descobre-se, no frémito, nas nuvens,
num sorriso de lágrimas. Talvez os anjos me soletrem, algures, na noite,
a fonte de luz e silêncio,
onde a vida passa, irrepetida e leve, nesse país,
aurora boreal, obscura, cadência de música, segredo brilhante
de poemas antigos,
cantados em odes de Natal.
Maria do Sameiro Barroso, inédito, 26 de Dezembro de 2004.
6 comentários:
Lutaremos contra todas as "doenças" até mesmo as injustiças...
Findo o Natal de 2005, saibamos, todos nós, fazer, de cada dia do novo ano de 2006, um natal de emoções.
O mesmo Natal visto por outros olhos. O mesmo sufoco!
E, mais uma vez, o canto feminino envolve de uma suave doçura este final de Dezembro...
Obrigada, Maria do Sameiro. Obrigada, Poeta!
Um abraço, Maria do Sameiro, deixado a sul!
Um grande obrigada aos leitores do Palácio das Varandas pelos comentários que, de uma forma geral, muito me sensibilizaram.
Um grande abraço (com aromas do Sul) e os votos de um feliz 2006 para todos.
Maria do Sameiro Barroso
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