Imagino-te à porta, à minha espera,
Numa casa que é só pensamento -
Venho de longe, duma outra era,
Mas tu vives para além do tempo. Tu és a que foste, a que já era
Antes de o meu próprio nascimento,
E que minha alma sem saber trouxera
Nos sonhos que eu à noite invento. Teu avental feito de ar ou linho,
Preso à linha grácil da cintura,
Os braços puxando-me para ti. E na luz desses olhos adivinho
Uma emoção que tudo transfigura:
Foi sempre e só contigo que vivi. António Simões, inédito.
7 comentários:
Tinha saudades dos superiores poemas deste Poeta maior.
Obrigada pela publicação, e, obrigada Poeta António Simões por este soneto.
Um afectuoso abraço.
Nada mais significativo do que este cair de noite ao sabor das palavras do Poeta António Simões.
É sempre tão agradável lê-lo.
Tão subtil e tão doce este jogo de palavras de António Simões.
Tão cheio de Alentejo e sol.
Outro belo poema de Amor de António Simões. Ao lê-lo, pensei na Mãe.
Não foi, apenas, a Fernanda. Porque será?
Muito obrigada, Amigos.
A gerência.
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