16/02/2006

"Conversas Vadias" - Agostinho da Silva.


Celebrou-se no dia 13 de Fevereiro ...
... o primeiro centenário do nascimento do filósofo e pedagogo português, Agostinho da Silva, nascido em 1906 e falecido em 1996.
"Vivemos numa guerra constante de competição e aos alunos ensinam coisas desnecessárias. O futuro é promissor na justa medida em que as máquinas vão substituir o trabalho manual, havendo assim tempo para o ócio e o lazer. Toda a gente nasce poeta e uma das formas de criação e poesia é a vadiagem. Temos assim uma cultura de criação de arte, poetas à solta no seu lazer. Mas é preciso saber ser vadio. Arte, Criação, porque o homem não nasceu para trabalhar, mas para criar. É o tal poeta à solta. Temos que enfrentar esta guerra com a política dos três SSS. A saber: Sustento, Saber e Saúde".
Para Agostinho da Silva, porém, ficou uma questão no ar - o que é Cultura Geral?
Uma vez que o Ministro da Educação ( à época ) colocou uma prova de cultura geral para admissão à Universidade, o filósofo ficou muito espantado porque ninguém lhe conseguiu explicar o que era isso de cultura geral...
...e que se saiba, nem esse nem os Ministros que vieram depois lhe responderam a essa importante questão...
RTP-Memórias. Entrevista dada a Maria Elisa, em 1990 e repetida na noite de 18 de Dezembro de 2004.
Crente é pouco sê-te Deus
e para o nada que é tudo
inventa caminhos teus.
Agostinho da Silva - Poema.

7 comentários:

Anónimo disse...

De todos os conceitos apresentados pelo pensador Agostinho da Silva, repetidos, lidos, comentados, controversos muitos deles, outros recebidos beatificamente como dogmas, outros muito acertados, etc., etc., uma frase há que me prende a atenção, pequenina, mas que encerra, para mim, um grande conceito de vida plena- talvez "O" conceito - " ... há que saber ser vadio." E eu digo tantas vezes, cada vez com maior convicção : « como é bom ser "boémia" !».
Um beijo muito boémio...

Anónimo disse...

Haja Deus!
Alguém se lembrou do grande pensador português Agostinho da Silva. Obrigado caros amigos pela homenagem. É que, infelizmente, neste País cada vez se lembram menos de quem, realmente, NÃO DEVIA SER ESQUECIDO. E QUE TAL UMA MEDALHINHA MESMO A TÍTULO PÓSTUMO, HEM, SENHOR PRESIDENTE?

Anónimo disse...

De acordo, José Artur!
Só que, com a pressa de despachar as medalhas e condecorações que ainda restavam no Palácio de Belém, o ex-ainda-Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, esqueceu-se ( será que sim? ) dos Portugueses com P maiúsculo.
Dez anos de estadista fazem do cinzento antracite, meus Amigos!

Anónimo disse...

Felizmente é com os loucos( ? ) e os visionários que a Ciência - na sua mais ampla acepção - avança.
Esteja onde estiver, bem haja Mestre Agostinho!

Anónimo disse...

Eureka!
Ainda houve um gajo mais maluco do que eu!

Anónimo disse...

E eu que julgava ser o rei da vadiagem.
Tinha que aparecer este marmelo a reinvindicar-me a linhagem. E logo Agostinho! O VA(com)DIOS.

Anónimo disse...

Meus Amigos: quando aqui falei do conceito de "vadiagem" de Agostinho da Silva, e do meu gosto pelo lado boémio da vida,estava a falar MUITO a sério. É que há vadios e vadios ...Estava a pensar nas "Conversas Vadias" (que se encontram agora em livro), nessas e noutras que contribuem para o nosso enriquecimento cultural e pessoal. Felizmente a Maria Gabriela, sempre atenta, comemorou quem devia. Noutros blogues e sites se comemora também o pensador e conversador Agostinho da Silva. Por toda a parte, de modo geral, as comunidades manifestam o seu interesse por esta figura do nosso património cultural, discutindo e difundindo a sua obra. Talvez seja esta a homenagem que agradaria mais ao autor. Para que quereria ele as medalhas - sem ofensa para os medalhados ? Claro que..." vadiagem e água benta,cada um toma a que quer". Mas é bom não confundir os vadios !!!