AQUI NO CAMPO É DIA FERIADO
Leiria, manhã de quinta-feira, 22 de Maio de 2014
(um soneto de inversa forma)
Rio Lis, em Leiria, zona do Marachão, em 1972.
Na margem de lá está hoje o parque de estacionamento da Fonte Quente.
Na margem de lá está hoje o parque de estacionamento da Fonte Quente.
Então ainda ainda era possível os melros lá "picotarem larvas"...
No relvado do municipal, beira-Lis, um melro, um santo
melro a invisíveis larvas picotando.
É de retinto carvão, é lustral, é tão bonito.
Refulge de puro oiro o ouro do seu bico.
Em verbo fotograf 'olho o nigromante saltarico.
Lá vai ele a seu nenhures ominoso.
Não, espera, poisou adiante, só mudou de sítio.
Por não ser bipolar não é dado ao lítio.
A minhoca sim, lípido maravilhoso.
Quem bem rimou O Melro foi Guerra Junqueiro.
Faço o mesmo por menos, que sou só Abrunheiro.
Mas, em casa chegando, vou ler isto à mulher
- & de crisóstomo bico, como ela prefere.
Daniel Abrunheiro
foto de Augusto Mota, 1972
2 comentários:
Logo de início me lembrei de Guerra Junqueiro. Mas depois achei muito interessante este soneto de "inversa forma".
Parabéns ao poeta,
um abraço ao Augusto Mota.
Júlia Ribeiro
Grato pela V. gentileza, que é inexcedível.
Já agora, Amigo Augusto, há gralha (e não melro, eheh) em "picotanto", que deveras é "picotando".
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