05/10/2005

Na solidão que o Outono abraça
As palavras perfilam-se diante de mim
Como esqueletos cegos de crenças
Iluminando apenas os olhos das feras há muito entregues
Ao ovo do tempo
A terra é feita água
As mãos e as faces se empalidecem
E é esta a altura precisa do nascer,
O sol fundido na mão que é rosa só
O lado esquerdo imprevisto por onde o vento sopra
O coração deitado literalmente na poça.
Sandro William Junqueiro, inédito.

6 comentários:

Anónimo disse...

Há um bocejo enfadonho no que escrevo;
e procuro
os acidentes de percurso
para fundamentar a vida.

Anónimo disse...

Tenho ponderado muito nos últimos dias.
Ponderado, não.

Tenho existido conscientemente.

Anónimo disse...

Assim é que é
tragicamente só!

Anónimo disse...

eu sei quanto o meu amigo Manuel gosta de filosofar...tanto quanto o de versejar!
descobri-te a careca... no meio de uma farta cabeleira...!

Anónimo disse...

será do feriado, Anamar?

hoje estás particularmente profunda nos teus comentários...

não adivinhas boa coisa...

Anónimo disse...

muito obrigada, José!