Pedro-pedra,
pedro perto
do ser total;
pedro quieto,
pedro olhando
lá para dentro
do seu próprio centro;
pedro punhal,
silex duro
rompendo o muro
que nos separa do outro lado;
pedro parado,
rochedo alado
voando no vento,
voando cá dentro;
pedro puro
só pensamento;
pedro pénis
pernas e pés,
diluindo o corpo
na própria alma;
pedro perdido,
logo encontrado
quando regressa
ao coração da pedra. António Simões, inéditos,"Seis poemas com pedras dentro", in JL, 2000.
7 comentários:
Um salto no abismo dum poema belo de louco.
Abençoada loucura a deste actual e inteligente blog.
"SER POETA É SER MAIOR" o que é bem verdade no que a António Simões respeita.
Visito-vos para que o Canto Maior seja de vossa pena...e com pena vos deixo!
Muito obrigada, José Artur, pelas suas palavras.
estou plenamente de acordo contigo, Manuel, e, subscrevo, em baixo.
muito obrigada, Jorge, pela sua visita e pelo comentário deixado.
também eu, maria gabriela, acho muito belo este poema do António e, não resisto à tentação de, expressamente, aqui o deixar dito.
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