23/10/2005

A TOTALIDADE DO SABER FRAGMENTADO

2.
onde se come o pão fica a merda do isso : o desobjecto / dejecto / abjecto do acto
onde se põe a mão fica a hortelã da lã : lá onde um dedo estica e pica um número incerto
onde nada acontece entra o fio que tece a teia : despenteia o pente e aborrece a aranha
onde tudo isto já está : já está
Ernesto de Mello e Castro, inédito, Janeiro 2004.

6 comentários:

Anónimo disse...

Visualizo a butalidade da palavra escrita onde tudo é permitido, até a criação. Do nada se diz tudo, como só Ernesto Mello e Castro.

Anónimo disse...

Um novo sortilégio literário de muita qualidade.

Anónimo disse...

"Eu sou a sombra de um outro"
aquele que se quer
como o muro caiado de brancura
alva...
sou o lado obscuro da loucura!

Anónimo disse...

O corpo? Azul, tal como um mar de hortência.
A alma? Véus rasgados, lamaçal...
e algures a meio dos dois...eis a ciência!

Anónimo disse...

Ébrio caminho, há tanto, estonteado
para cá deste horizonte transparente.
Tão pouco basta; só um passo em frente
para existir depois do outro lado...louco!

Anónimo disse...

quando as palavras, mesmo gratas, são demais...