A TOTALIDADE DO SABER FRAGMENTADO
2. onde se come o pão fica a merda do isso : o desobjecto / dejecto / abjecto do acto onde se põe a mão fica a hortelã da lã : lá onde um dedo estica e pica um número incerto onde nada acontece entra o fio que tece a teia : despenteia o pente e aborrece a aranha onde tudo isto já está : já está Ernesto de Mello e Castro, inédito, Janeiro 2004.
6 comentários:
Visualizo a butalidade da palavra escrita onde tudo é permitido, até a criação. Do nada se diz tudo, como só Ernesto Mello e Castro.
Um novo sortilégio literário de muita qualidade.
"Eu sou a sombra de um outro"
aquele que se quer
como o muro caiado de brancura
alva...
sou o lado obscuro da loucura!
O corpo? Azul, tal como um mar de hortência.
A alma? Véus rasgados, lamaçal...
e algures a meio dos dois...eis a ciência!
Ébrio caminho, há tanto, estonteado
para cá deste horizonte transparente.
Tão pouco basta; só um passo em frente
para existir depois do outro lado...louco!
quando as palavras, mesmo gratas, são demais...
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