14/01/2006

Poema com desenhos de António Ramos Rosa

Os olhos, os traços soltos em carícias leves,
murmuram o mundo, a sua dança, o seu clamor,
os seus aromas festivos,
e a lua, em seu rosto levíssimo flutua,
porque o sol é o astro, que em seu silêncio levita.
Na extremidade das flores, onde um veludo
precioso dormita,
a vida é o anoitecer deslumbrado.
Nos olhos de um Poeta, a dança do mundo,
os seus desenhos festivos acariciam a luz,
os seus bailados.
Nos jardins do seu nome, as palavras
resplandecem.
Nos ramos do silêncio, um pássaro pousou,
ainda há pouco,
nas praias obscuras, em suas fúlgidas areias,
o Poeta, em seus olhos de silêncio se banhou,
inebriado de canto e púrpura
e os seus traços, acompanhando os acordes
misteriosos, reinventaram os ritmos,
a criação,

sobre membranas fluidas,
recamadas de vida.
Maria do Sameiro Barroso, in, "António Ramos Rosa, Fotobiografia", 2005.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem, Maria do Sameiro, que a sua poesia cresce na mesma proporção da sua presença. Relê-la é um gosto. Seja bem vinda e não leve tanto tempo ausente.
Um abraço, Amiga!

Anónimo disse...

Dois belíssimos Poetas. Ele e Ela.
António RR e Maria SB.
Bravo!!!!!!!

Anónimo disse...

Maria do Sameiro Barroso.
Conheci-a numa tarde de Poesia, em Silves, onde as vozes dos poetas ainda sussurram ao meu ouvido.
Momentos inesquecíveis, esses, de uma beleza muito singular e própria.
Espero mais.