29/07/2006
6. O lugar onde estamos
ó palavra que trago escondida
no mais íntimo da minha carne,
esta carne de alma, onde, esquecida,
corre uma criança
vestida do corpo azul do vento
e que vai, sobre colinas ásperas,
à procura do sol que tem lá dentro -
Tens de ser tu a sustê-la:
amarra-a ao chão,
acorda-a num grito,
para que não procure mais além a estrela
que traz no coração -
Debaixo dos seus pés é que nasce o infinito -
Tens de ser tu a acordá-la,
ó palavra secreta
que o Pai me segredou quando nasci.
Tens de ser tu a dizer-lhe
que o lá, o longe, é aqui -
O lugar onde se está é que é a meta. António Simões [ poemas antigos ], inédito.
28/07/2006
Quid Juris?
gosto do mar.( muito ao contrário da Agustina !!!! )
do azul do mar.
do mar azul.
e, só deixando vogar minha alma nos meus olhos,
vendo o brilho da luz reflectido nos azuis do mar,
essa minha alma serena.
vem daí a minha tranquilidade,
a minha força,
e então a vida faz sentido.
o mar é perigo,
mas não é insegurança.
é a força, maior do que nós
que nos vence.
( Agustina não admite ser vencida )
( daí a sua insegurança )
( tem medo )
o mar não é efémero.
o mar é eterno
no seu fluxo e refluxo
é sempre o mesmo
e é outro.
( Agustina será/é efémera )
( Agustina é mortal )
( Agustina não é eterna )
( Agustina não gosta do mar )
O mar é MAIOR
eu amo o mar.
a sua luz.
os seus azuis.
o azul límpido da manhã.
o azul estridente
dourado do zénite.
o azul manso do fim da tarde.
o azul noite do seu manto de repouso.
O mar é mais forte do que o homem.
mas eu não o temo.
nem odeio.
Está nele a nossa origem
e a nossa eternidade.
Fernanda Sal Monteiro, viaje até outro inédito.
24/07/2006
Corro Vertiginosamente
ao centro.
Há corais luminosos, peixes estranhos, súbitos odores
e um texto que destila cândidos venenos. Elejo o mundo, a língua, o tenebroso fluxo.
Sou tudo o que resta de um antigo papiro, pintado nas redes,
um deus pintado no túmulo de Seti I.
Persigo lentas galerias, desvairados violinos,
há raízes incandescentes que me surpreendem.
No meu corpo, há estiletes de bruma. Pelo mundo coberto de versos marinhos,
há uma rede de peixes efervescentes
e mapas que definem a febre,
as muralhas, uma mulher sentada, sobre um feixe de enigmas.
Acorda-me um som cirúrgico.
Inútil é recordar as manhãs desordenadas. De súbito, a lua nos olhos, os orifícios nocturnos,
um hausto violento a oprimir as sebes, o coração.
Sou tudo o que se desfaz, pela seda pura.
Amo os campos nocturnos que despenham no azul profundo
das turquesas.
Amo a chuva, com as suas bátegas loucas e os seus sarcófagos
lunares. Corro vertiginosamente, a velocidade ao centro.
Elejo o mundo, a língua, o tenebroso fluxo, os ventrículos
poderosos, as aurículas densas. Penso nas múmias, no abdómen, coberto de panos impregnados
de resinas quentes,
nas facas de silex, leves como plumas, na cerimónia do espírito
revivendo, pela abertura da boca, anunciando o ankh
( símbolo de vida ),
e o sonho que repousa, como um escaravelho antigo,
21/07/2006
5. Vou acordar
Com um grito, estilhaço meu casulo de pedra
e saio, vulcânico,
das entranhas da terra mais profunda -
Vou acordar -
trespassar esta folha, este livro,
e todos os livros do universo - Para provar a mim próprio e aos outros
que estou vivo,
basta-me escrever um poema verso a verso. António Simões, [ poemas antigos ], inédito.
19/07/2006
A Caneta Azul ( conto )
17/07/2006
16/07/2006
Os massacres no Líbano continuam...
15/07/2006
14/07/2006
zig-zag zag-zig
14 de Julho de 1789 - Tomada da Bastilha
13/07/2006
A Lei do Palhaço
12/07/2006
11/07/2006
Colho a haste de uma palavra
colho a haste de uma palavra
e planto-a dentro de minha alma,
como um traço firme, intransponível -
A loucura pára,
e o meu coração, apaziguado,
bate em harmonia
com o coração da tarde. António Simões [poemas antigos] inédito.
10/07/2006
Inscrição de Pérgamo
Pois jamais viu Hera Hígia uma tal companheira, na qual a figura,
a inteligência, bem como a descrição do seu porte tanto
06/07/2006
A Administração Bush identifica-se com a justiça divina / Thierry Meyssan
O presidente Bush e eu própria partilhamos a vossa convicção de que a América pode e deve ser uma força do Bem no mndo. O presidente e eu acreditamos que os Estados Unidos devem permanecer empenhados como líderes dos acontecimentos fora das nossas fronteiras. Acreditamos nisso porque somos guiados pelo mesmo princípio duradouro que fez nascer a nossa nação: a dignidade humana não é um dom do governo aos seus cidadãos, nem um dom dos homens a outos homens, é uma graça divina a toda a humanidade.
Vivemos momentos críticos e importantes, momentos teste para a América, mas é o momento em que devemos afirmar porque nos erguemos como nação, e qual o papel que devemos desempenhar no mundo.
É sobre isto que vos quero falar esta manhã.
Na América somos abençoados com uma liberdade extraordinária: a liberdade de nos governarmos a nós próprios e de eleger os nossos líderes; a liberdade de propriedade; a liberdade de educar as nossas crianças, os nossos rapazes e as nossas raparigas; e claro, a liberdade de pensar como quisermos e de celebrar o culto que desejamos. A América representa essas liberdades, mas a América não as possui. Erguemo-nos por ideais que são maiores que nós próprios e percorremos o mundo não para pilhar, mas para proteger; não para subjugar mas para libertar, não como senhores dos outros, mas como servidores da liberdade.
É aqui, minhas senhoras e meus senhores, que se coloca uma escolha para o nosso país e para nós enquanto americanos. Devemos conduzir o mundo ou devemos retroceder? Devemo-nos elevar à altura dos desafios dos nossos tempos ou devemo-nos pôr de lado? A América é um país rico e poderoso, é verdade. Mas, e isto também é importante, somos também uma nação de grande compaixão e consciência, animada por princípios democráticos. Também ao considerar o nosso papel futuro no mundo, devemos reflectir quais são as questões importantes. Devemo-nos perguntar: se não for a América a fazê-lo, quem conduzirá as outras nações à consciência e à defesa internacional da liberdade de religião?
O presidente Bush definiu, claramente, que as melhores relações com os Estados Unidos são reservadas aos governos que respeitam as crenças dos seus povos. Quando se vai a um país, como a China e como eu fiz, e, nos sentamos ao lado dos cristãos chineses, não os podemos ajudar, mas ficamos maravilhados com a sua coragem. Se não for a América a apoiar estas gentes e não importa saber onde é que desejam celebrar o culto, livremente e em paz, então eu pergunto-vos: quem o fará?
Sabem, a liberdade religiosa exige claridade moral. E a mensagem para a América não pode ser mais clara: os governos não têm nenhum direito de se interporem entre os indivíduos e o Todo-o-Poderoso.
Em suma, devemos ter em conta uma outra questão que ultrapassa esta: não deverá ser a América a comandar as nações amantes da liberdade para defendar a liberdade e a democracia no mundo? Quase cinco anos após a tragédia do 11 de Setembro, os Estados Unidos conduzem uma grande coligação de Estados numa guerra global contra o terrorismo. Sempre que é possível, nós fazemos justiça aos terroristas. E se for necessário, nós seremos os justiceiros dos terroristas. Foi a sorte que os nossos militares reservaram ao terrorista Zarqawi. Agora ele não magoará mais ninguém, não matará mais ninguém, não voltará a aterrorizar pessoas inocentes.
Sim, mas não nos devemos limitar a capturar e matar individualmente terroristas, apesar de termo-lo feito. Nós devemos atacar a verdadeira fonte de terror, fazendo, no entanto, aparecer uma visão que ultrapassa as ideologias do ódio. Os Estados Unidos apoiam as aspirações democráticas de todos os povos, qualquer que seja a sua cultura, raça ou religião. Nós não conduzimos a causa da liberdade porque pensamos que os povos livres estarão sempre de acordo connosco. Sabemos que eles não estão. É o seu direito e a América defende esse direito. Fazemo-lo porque acreditamos, e porque vemos que a nossa crença é válida, que as pessoas merecem e desejam viver livremente.
Os comentários de Thierry Meyssan:
Nesta óptica, os Estados Unidos recusam ser os polícias do mundo e os responsáveis por fazer respeitar o direito internacional, porque foram investidos por Deus para serem os seus justiceiros
Não se questionam sobre a base legal que legitimou o bombardeio americano à casa de Zarqawi no Iraque, já que eles não eram senão instrumentos de Deus a aplicar o castigo supremo. E também não se questionam sobre o que a sua exaltação os levará a fazer amanhã.
É tempo dos aliados de Washington se interrogarem sobre a irracionalidade do governo dos Estados Unidos e as suas consequências.
Enviado por Adel Sidarus.
05/07/2006
Há 117 anos, nasceu Jean Cocteau
04/07/2006
De Camões a Pessoa
"De Camões a Pessoa - A Viagem Iniciática" [ Editora Sete Caminhos ], com pinturas e textos de Ellys e poemas de Maria Azenha, é o livro que será apresentado na Casa Fernando Pessoa, no próximo dia 17 de Julho, pelas 18h30.