procurar com ela uma palavra,
uma palavra que lavre
que brilhe, não escureça.
uma lava de som
num bosque de anacoreta,
uma palavra que dita ou escrita
não arrefeça.
uma palavra quente:
a dor, por exemplo a dor
uma rosa de carne, dizes
eu predigo tempo, prossigo.
Ah, o rumor dos dias quase felizes!
uma palavra na boca,
uma sílaba trémula
outra sílaba áspera,
uma sílaba de janela
com a palavra diáspora
e por ela, só por ela,
o som se acha.
uma rosa de carne viva
uma centelha, uma faísca
onde tudo cresça, se vista
e só com o fogo exista
José Marto, inédito.
Textos Transversais de Augusto Mota.
2 comentários:
Belas transversalidades! Belo (continua, claro!) o V. blogue!
Bem hajam! (e o Zé R Marto também, claaaaaaaroooooooo!)
:-)
olá Maria T!
como o nosso Almirante é teimoso e quando lhe dá para virar a norte é escusado que a nau não volta em mais nenhuma direcção ,cá está a grumete de serviço prestando ordenança à nau ... a "nau" apesar dos ventos contrários vai rumando aos portos que se avizinham ,agora com mais um Imediato a bordo ... José Marto de seu nome ... o rapaz faz.se ... percebe da arte de marear e tem boa pinta ... promete!!!!!
quanto a belezas ... vamos fazendo o que se pode ( o que às vezes é muito ,quando sopram as tempestades )para não deixar a nau afundar
um beijo ,Amiga!
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