abril vi cantar leda madrugada às raparigas frondosas às raparigas e às mulheres cegando o vento das enseadas
abril fresas ribeiras sonho arável do sonho ruas amuradas amuradas murmúrios nessas bagas d'anil era o fogo alteado
abril podoas ao alto punhos que o mar no tejo tinha secado o mar as lezírias do mar com todas as velas postas de lado
abril rimas ao ombro réstias sou tamborileiro sou soldado sou soldado ou hortelão de navios o que for seja o que seja
abril gestas do povo irmão cativo de maio anel que cereja
eu sou daqui destas marés íngremes preia-mar de rosas
abril ouvi cantar leda madrugada às reparigas frondosas. Rui Mendes, in "A Poesia sereve-se fria!".
11 comentários:
Que importa pois a distância da mentira
se Abril em outro Abril se grita!
Até que todas as coisas sejam mudas
- Até esse dia -
Sentirei o jorro da fonte de um grito...
...ABRIL!!!!!
Não canto por sonhar.
Que já não sonho.
Canto
para dizer que existo.
Falo
no rio secreto que é o Português.
Eis um poema escrito sob os pés agrestes dos anjos.
Agora... Momentos de reflexão...
Outrora... Momento de dizer NÃO!
Eis como a poesia é, no meio do escuro, a lamparina que arde sobre a mágoa,
no templo bem singelo da oração.
aqui onde me encontro, igual a mim, na cumplicidade dos outros, escrevo:
importa, Manuel, quando o nosso Abril ainda está por se fazer!...
um grito, solto, em uníssono!
enquanto possível for, Fernando!
momento de reflexão?
SIM momento de dizer Não.
quem, porém, o dirá?
os sobreviventes.
( quem são? )
...os ANJOS!
cúmplice, Paulo!
só assim!
( face à perversidade democrática )
Keep up the good work » »
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