vós que servis
a tolerância
servida
da mulher-objecto
não decalqueis
meu esqueleto
no equívoco
artrítico
dos vossos dedos
fui
o minuto
do subsequente
a dúvida
emprestada
da vossa insónia
fui
o acrílico
do pré-fabricado
o possível
impossível
da vossa certeza prisioneiros do ontem
vós que servis
o círculo
empoado
da POESIA
não inventeis
meus complexos
no degredo
incerto
dos vossos códigos
sou
o cinzel
da igual valia
a imprudência
prudente
do vosso sono
sou
a abcissa
do consciente
o epílogo
selado
da vossa palavra serei
a jogada
do inverosímil
a sílaba
liberta
do vosso poema Gabriela Rocha Martins, inédito, in "jamais canto de amor".
7 comentários:
Assim se escreve, em poema, a força de duas MULHERES/POETAS.
Não o tinha dito antes, apesar de ser leitora assídua deste blog, mas digo-o agora.
O que gosto em ti é a maneira inteligente como publicas. Há sempre um fio condutor, como que uma mão, que nos leva pelos labirintos do "Palácio das Varandas" e nos envolve sem querermos.
Passas da poesia à prosa poética e à prosa de uma forma subtil e sempre em crescendo...
um louvor à Esteta.
Existes, de facto - quero dizer - que seja em sonho o teu antiste - em melodia poética, MULHER.
sem palavras( envergonhada ), mas imensamente grata!
por amor deus...
entre mim e a Natália só há de comum o facto de sermos ambas mulheres e amarmos loucamente a Língua Mátrea.
Lembras-te, Gabriela, das noites e madrugadas passadas no Botequim falando POESIA?
Assim se escreve POESIA.
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