03/10/2005

Não te grito, nem te cheiro
Quando as águas correm desabadas
Do alto do teu corpo
Feito cimento cru, feito osso.
Se fosse real teu inimigo
Haveria de pendurar laranjas
No limoeiro do quintal em frente
Poderia dizer-te as estrelas todas do caminho feito regresso
Morte
Não, esta noite
Ainda haverá olhos atentos e poços deitados onde a água
Não se cansa dos buracos
Palavras rente ao silêncio dizer-te
Não, não te grito, nem te cheiro
E, quando caíres do alto dos nossos beijos
Como as beatas dos dedos amarelos
E defronte o precipício ouvires gritar o meu nome
que não tarda:
já será dia nas luzes das candeias
Sandro William Junqueiro, inédito, Outubro 2005

3 comentários:

Anónimo disse...

Durante alguns dias, Gabriela, estarei ausente.
O Palácio ficará mais calmo, sem os meus controversos comentários.

Anónimo disse...

oh, que pena!
sinceramente, Teresa,vamos sentir a falta dos teus comentários.
como poderemos ter as nossas conversinhas de fim de tarde. como?
volta breve, está bem!

Anónimo disse...

thanks. but I d'ont like chocolates.