16/10/2005

O canto prodigioso

Quem o estaria escutando
ao pássaro prodigioso?
Pela janela entreaberta
o canto me chegava
-subindo no ar,
impregnando-a
da sua breve eternidade,
sustinha a tarde que descia

e enquanto cantasse
era dia.
António Simões, inédito, in "O coração visível".

5 comentários:

Anónimo disse...

Do grande, do enorme poeta António Simões, um outro poema tão belo quanto os demais.
Um sufoco de alma.
Uma resistência impenitente.

Anónimo disse...

E era amor.
E era dia.
E era canto maior num poema breve, ou um "coração visível" de tanto amar.
Assim se vão tecendo as cumplicidades.

Anónimo disse...

Ninguém escuta o pássaro, POETA, porque o pássaro habita em ti.

Anónimo disse...

é assim que vamos tecendo as nossas cumplicidades blogais.

...descarada e loucamente...

Anónimo disse...

entre nós e vós o mesmo canto...em construção...aqui...