Quem o estaria escutando
ao pássaro prodigioso?
Pela janela entreaberta
o canto me chegava
-subindo no ar,
impregnando-a
da sua breve eternidade,
sustinha a tarde que descia
e enquanto cantasse
era dia. António Simões, inédito, in "O coração visível".
5 comentários:
Do grande, do enorme poeta António Simões, um outro poema tão belo quanto os demais.
Um sufoco de alma.
Uma resistência impenitente.
E era amor.
E era dia.
E era canto maior num poema breve, ou um "coração visível" de tanto amar.
Assim se vão tecendo as cumplicidades.
Ninguém escuta o pássaro, POETA, porque o pássaro habita em ti.
é assim que vamos tecendo as nossas cumplicidades blogais.
...descarada e loucamente...
entre nós e vós o mesmo canto...em construção...aqui...
Enviar um comentário