Falemos de um remo. Falemos de quartzo.
Falemos do que seja nuvem e esquecimento.
Falemos de uma asa. Falemos de uma rocha.
E que a pedra dure até chegar ao nada.
Falemos de um riacho. Falemos de um mendigo
pedindo uma palavra, pedindo um só lírio.
Falemos só da cinza quando a dor afaga
as brumas de uma noite interminável.
João Rui de Sousa, inédito, in "Obstinação do Corpo", Janeiro de 2004.
( Grande Prémio da Crítica em 2003 ).
2 comentários:
Por sobre o pranto, manténs o teu sorriso
e vives como uma torre
de onde se avista
tudo o que essencial, de facto é.
e assim, Fernando, vamos construindo o nosso universo onírico...
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