18/10/2005

Palavras

Golpes
de machado que fazem soar a madeira,
e os ecos!
Ecos partem
do centro como cavalos.
A seiva
jorra como lágrimas, como a
água lutando
para repor seu espelho
sobre a rocha
que cai e rola,
crânio branco
comido por ervas daninhas.
Anos depois encontro-as
na estrada -
palavras secas e sem rumo,
infatigável bater de cascos.
Enquanto
do fundo do poço estrelas fixas
governam uma vida.
Sylvia Plath, in "Sylvia Plath - Poemas"

6 comentários:

Anónimo disse...

A força de uma poeta que não conhecia - Sylvia Plath.
Um nome a fixar.
Poemas a ler.

Anónimo disse...

Obrigada, Gabriela, por nos teres trazido Sylvia Plath.
Tudo nela lembra-nos um pessoal, confessional e muito profundo sentimento.

Anónimo disse...

Sylvia Plath ( a autora de "XXI Poemas" ) ou a poeta americana que não consegue viver à sombra da poesia do marido e que, por tal, parece ter um enorme medo em relação à própria capacidade de criar...
de ler os seus "XXI Poemas" escritos pouco antes de morrer...Magníficos!

Anónimo disse...

acho que, realmente, captaste muito bem a autora e a sua poesia, António.
também eu gosto muito da poesia de Plath.
mas, curiosamente, não são os seus últimos poemas aqueles qua mais me tocam...apesar de toda a crítica ser unânime quanto aos escritos nesse último período.

Anónimo disse...

assim é, José Artur.
mas esses não são, como acima digo, os que mais me tocam.

prefiro-a na sua fase ainda lúcida (?),... a da eterna perfeccionista.

Anónimo disse...

You have an outstanding good and well structured site. I enjoyed browsing through it
» » »