quando sinto a poesia
dentro do corpo
é que sei
que não estou morto -
Sob as pálpebras,
no rosto,
entre os dedos,
as palavras,
como crisálidas adormecidas,
esperam,
trémulas,
as asas que as desprendam -
as asas que tu lhes trazes! -
Pois é só quando chegas
e me beijas o corpo,
verso a verso,
e o lês como se lê um livro,
que elas se libertam
e eu sei que estou vivo -
E vou
e voo
em cada palavra
ao encontro de ti
ao encontro de mim
no corpo do poema.
António Simões, inédito, "Versos Antigos".
Textos Transversais de Augusto Mota.
1 comentário:
Belíssimo Corpoema!
Tenho um site e um blog chamados, ambos, corpoema e, por isso, convido-o a visitá-los...
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abraço, Ivan Maia.
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