arrumações
arruma a dor na alma, aí num canto,
e o ódio também, se
acaso o tiveres;
arruma o inútil, lastimoso pranto
pelo amor de esquecidas mulheres;
arruma o rumor de pratos e talheres
em ágapes de silêncio e de quebranto;
arruma tudo quanto tu puderes
e teu ser magoou tanto e tanto;
arruma o sol em teu coração,
leva-o contigo lá para onde vão
os fulgores da tarde adormecida;
arruma os medos
e as alegrias,
o quanto sofreste e não merecias,
arruma a vida, sim, arruma a vida.
António Simões
foto: augusto mota
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