25/02/2013

Soneto


 
 
 

arrumações
 
arruma a dor na alma, aí num canto,
e o ódio também,  se acaso o tiveres;
arruma o inútil, lastimoso  pranto
pelo amor de  esquecidas mulheres;
 
 
arruma o rumor de pratos e  talheres
em ágapes de silêncio e de quebranto;
arruma tudo quanto tu puderes
e teu ser magoou tanto e tanto;
 
 
arruma o sol em teu coração,
leva-o contigo lá para onde vão
os fulgores da tarde  adormecida;
 
 
arruma os  medos e  as alegrias,
o quanto sofreste e não merecias,
arruma a vida, sim, arruma a vida.

                                           António Simões
 
 
foto: augusto mota
 


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