SENHORA, APETECE-ME ALGO
E agora troquemos os papéis;
É a Ambrósio que algo apetece:
“Senhora, quero que me deis
Essa cruz que sobre os seios desce.”
“Não posso, amigo, pertenceu a reis,
Herdei-a de minha mãe la comtesse
De Martignon. Por que não quereis
Algo mais prosaico, que eu pudesse
Dar-te sem rebuço, como esses
Ferrero-Rocher que tão bem conheces,
Sem que dê azo a ditos e dislates.
Ele, com fome d’amor e comida,
Sabe que o amor é breve e curta a vida,
E come la comtesse e os chocolates.
A. Inocêncio Príncipe, 2005
1 comentário:
Bravo, bravíssimo.
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