No dia 11 deste mês de
Dezembro teve lugar em Lisboa, numa sala do Palácio da Independência, o
lançamento do romance de Teresa Fernandes «Exercícios
de Amor e Apartar», editado pela DG Edições. A apresentação esteve a cargo
de Fernando Dacosta, que também é o autor do prefácio. É um romance de
exercícios de amores e desamores urbanos, típico da vida sôfrega e vertiginosa
de uma grande metrópole, onde tudo parece acontecer por acaso. Mas é um acaso
provocado ao ritmo do pulsar das sensações que percorrem as artérias de todas
as personagens, femininas e masculinas, lhes define os sentimentos e faz fluir
a acção de um modo natural. «Invulgar
fluidez» intitula, com razão, Fernando Dacosta o seu texto introdutório,
que, com a devida vénia, passamos a transcrever, para melhor dar a conhecer a
técnica narrativa de Teresa Fernandes:
“Teresa Fernandes é uma
escritora que agora nos surge com um romance singular, expressivamente
intitulado Exercícios de Amor e Apartar.
Nele, a autora encontra, e impõe, caminhos próprios, tendo na sensibilidade, na
criatividade balizas inamovíveis. A realidade que lhe coube partilhar e a
imaginação que lhe coube dilatar, foi-as escrevendo, ardendo nas margens da
imprevisibilidade.
Com minúcia e
exigência, Teresa Fernandes torna-se referência no território literário que
abriu. Dotada de capacidades de observação invulgares, que a inteligência, a
vivência decantaram, afirma um espaço próprio para si e para a sua (futura)
obra.
Discreta, secreta,
desdobrou, dobou íntimas reflexões de íntimas vidas que fingiu desocultar para
melhor ocultar.
O que faz grandes
livros, dizia-me Jorge de Sena (gigante no fazê-los), é a respiração, a
atmosfera que lhe inculca o autor.
Teresa Fernandes
surpreende-nos precisamente pela respiração, pela atmosfera que impregna esta
sua obra – cumpliciada a quente. Tudo nela é rítmico, harmonioso, envolvente;
os frios que a perpassam diluem-se sem agressões nem rupturas; as inquietações
avistadas dissolvem-se, as lonjuras esbatem-se. Muita vida há nestas páginas de
invulgar fluidez e fundura transmitidas com a serenidade dos que dominam as
crispações sofridas.”
Fernando Dacosta, Teresa Fernandes e Daniel Gouveia, o editor
foto: Ana Ramon, a quem agradeço o exemplar oferecido, autografado pela autora.
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